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28/04/2013

OSMAR CARNEIRO, FILHO DE FORMOSO-MG, FALECEU HOJE.

Faleceu na tarde de hoje, 28 de abril, o cidadão formosense OSMAR CARNEIRO, filho do ex-vereador ASSUERO CARNEIRO, que faleceu dia 30 de março desse ano. Em nome de nossos associados da ONG UNIFAM, nós, editores desse jornal, registramos nossos pêsames aos familiares.

XIKO MENDES,
EDITOR

XIKO MENDES (POESIA).


Carta a um Parceiro (In)Confidente

                                                                                  
Xiko Mendes


Como andam as coisas nessa cidade? 
Para mim, parece tudo meio esquisito, 
Enigmático, indecifrável. 
Estou muito desanimado com essa cidade. 
Uma névoa de apreensão e perplexidade
Paira sobre o céu
E escondido na minha penumbra, 
Não consigo enxergar gotas de otimismo 
Nos horizontes da terra onde o Sol 
Iluminou o marco zero da minha existência.
Uma luz distante e fugidia afunila o fim do túnel, 
Espanta a primavera, 
Dá um susto na minha paciência e 
Torna-me um pessimista, 
Pois acreditei muito que alguns sonhos pudessem realizar, 
Mas tudo cada vez mais contribui para estreitar os caminhos, 
Encher de pedras os atalhos e dificultar uma saída. 
A gente sonha sozinho, 
Mas não realiza sonhos sozinhos. 
Acreditei que dessa vez pudesse
Realizar sonhos por uma cidade melhor porque
Achava contar com algumas parcerias importantes, 
Mas essas parcerias não acontecem e 
São sempre adiadas mês a mês, e
Ao contrário de minhas expectativas, 
Apenas me seduzem com belas palavras protelatórias, 
Sem nexo no contexto da vida. 
COMPROMISSO pelo sonho e RESPEITO à realidade. 
É isso que falta ao mundo de nossa existência. 
O povo...? Esse, como sempre, 
É prisioneiro da ilusão que desaparece 
E retorna a cada eleição.
Já disse Mestre Guimarães Rosa que 
"Viver é muito perigoso". 
Mais que perigoso, 
Viver é desiludir-se constantemente 
Na ânsia de se acreditar que amanhã 
Será melhor que hoje quando na verdade 
A ilusão sempre mora na encruzilhada e 
Arma ciladas contra quem sonha.
Essa é uma mensagem cifrada para dizer,
Criptograficamente, 
O que estou sentindo nesse momento.
E esse é um recado de
Um Cidadão Apaixonado por essa Cidade, 
Mas que se cansou de sonhar, 
Pois sempre que parece tocar a mão no Infinito, 
Aparece alguém para tirar-lhe a mão e
Recolocá-la na dimensão do Impossível.

25/04/2013

XIKO MENDES (POESIA).


A Arte de se enganar com Políticos

(Xiko Mendes)

Se você quer se enganar com algum político,
Preste bem atenção: ainda que ele não te conheça,
Ele finge que é seu amigo há muito tempo;
Entra na sua casa e te dá um abraço traiçoeiro,
Mas como se fosse o seu melhor amigo.
Ele esbanja “humildade e abnegação”
Como se fosse o maior dos samaritanos;
Ele beija os seus filhos, a esposa ou o marido,
Como se fosse parte de sua família;
Ele invade o seu lar com a certeza de que
Você aceitará ser enganado.
Ele abre um falso sorriso largo no rosto
Para esconder e mascarar quanto é dissimulado;
Ele te mete a faca nas costas, mas com diplomacia,
Como se estivesse te convidando para
Um banquete com os deuses da Demagogia no Palco;
Ele se “com-promete” em realizar seus sonhos;
Ele promete destruir todas as suas angústias;
Ele se propõe a ser a Panaceia do Mundo;
Mas o que ele quer mesmo de você é o voto;
Mais nada. Você não é nada para ele.
Você é apenas o voto que tem.
Você, eleitor, é apenas um papel higiênico,
Um objeto descartável cuja utilidade se esgota
Após o resultado das eleições com o fechamento das urnas.
Eleito, empossado e entronizado na “Tribuna da Vaidade”,
Onde os medíocres e mequetrefes se julgam
Os mais importantes dos seres humanos,
Aí tudo muda: aquele político “bom samaritano”,
Mostra de fato quem verdadeiramente ele é:
Vaidoso, mentiroso, tirânico, farsante,
E sempre, sempre muito mascarado.
Ele foge da verdade como o diabo foge da cruz;
Eis a cartilha da arte de se enganar com políticos!
Portanto, não se deixe enganar por várias vezes,
Pois as estratégias são sempre as mesmas
Em todas as eleições quando a busca por votos
Transformam os políticos em porta-vozes da Esperança.
Eu já cansei de me decepcionar com políticos.
Agora decidi cruzar os braços, “me fingir de morto”
Para depois, muito tempo depois,
Dar a minha resposta em silêncio,
Sem que eles percebam,
Pois não existe coisa pior para um político
Do que ele ser ignorado pelo eleitor quando
Ele está em busca do voto e você vira
O centro das atenções e não vota nele.
Essa, então, é a hora de você ser o protagonista;
É a hora de você dar o troco e devolver a ele
Tudo o que fez de ruim ao longo do mandato.
Essa é a vingança cívica quando a
Sua Consciência de Cidadania
No Estado Democrático de Direito
Vira a única arma capaz de combater os Calhordas
Que se chafurdam no mar de lama do poder
E se envaidecem achando que nós, o Povo,
Somos a sarjeta do esgoto que eles constroem.
Só o voto, e somente com o seu voto (branco, nulo...),
Poderemos transformar o Mundo
E colocar na Lixeira da História
Essa gente sórdida, hipócrita, arrogante e prepotente,
Que se acha dona de nossas vontades e roubam
Nossos sonhos e esperanças.
E voltam na eleição seguinte com o mesmo discurso
De que são os Salvadores da Pátria.
Mas a Pátria somos nós: a Consciência Crítica
Que muda a Vida, nos devolve o Sonho e a Esperança.

XIKO MENDES (POESIA).


Reino da Egolatria

(Xiko Mendes)

Poder e Vaidade andam juntos.
Tem gente que se envaidece
Tanto pelo Poder que
Se desencontra consigo mesmo(a).
Tem gente que se julga
Tão poderoso(a) que
Tropeça nos próprios
Passos errados que
Dá na Vida por excesso de autoconfiança
Em seu mandonismo absoluto.
Mas nada melhor que a Vida,
O pesadelo da experiência e
A imagem estilhaçada no espelho para que
Essa gente perceba que viver, antes de tudo,
É ser simples, humilde e humano.
O Poder passa. 
A Vaidade passa.
O que fica são Amizades, a Saudade,
O Amor correspondido, a Vida partilhada
Em sonhos com quem sonha e quer
Um Mundo onde Vaidade e Poder
São espectros de um Mundo vazio
De sentimentos, de poesia e de Deus.