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27/12/2012

HISTÓRIA DE FORMOSO: 50 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA.


PANTEÃO DAS ORIGENS DE FORMOSO – MG.

Efemérides da História de Formoso-MG
(Homenagem aos 50 Anos da nossa Emancipação Política, 1963 – 2013).

1736: O Rei D. João V oficializa a Estrada Real Caminhos da Bahia e instala o Registro Fiscal de Santa Maria do Paranã, na serra que faz fronteira atual entre Formoso-MG e Flores de Goiás. Daí em diante, surgem as primeiras fazendas em Formoso como pontos de pouso de aventureiros do sertão que andavam pela Estrada Real, também conhecida como Picada da Bahia, Estrada dos Currais do São Francisco ou Estrada Geral do Sertão, com itinerário de 2.630 Km, que ligava Salvador-BA, então capital do Brasil, às minas de ouro de Goiás e Mato Grosso. Essa estrada só deixou de ser usada depois que se fez a Rod. BR-020, a partir de 1959. Antes, o Brasil passava por Formoso.

4/10/1778: Data oficial do início de Formoso. O recém-nomeado governador de Goiás, D. Luiz da Cunha Menezes, hospeda-se na fazenda Sítio do Formoso, e registra-a em seu diário de viagem pela Estrada Real Caminhos da Bahia. Felipe Tavares dos Santos, Martinho Antônio Ornelas, Firmiano José de Almeida, ou os antepassados deles, entre outros, são os patriarcas instituidores das primeiras famílias a iniciarem a colonização e povoamento de Formoso. E a maioria era de origem baiana ou pernambucana. Até meados do século XIX, Formoso ainda ficou sob influência institucional de Pernambuco e Bahia.

15/10/1800: Auto de Vereação em que se tratou da Demarcação do Termo da Vila de Paracatu, lavrado pelo Ouvidor Dr. José Gregório de Moraes Navarro, oficializou o atual território formosense como parte da zona rural paracatuense, incorporando-nos à Província de Minas Gerais.

Anos 1820 ou 1830: Período provável no qual se deu o início do núcleo urbano para o surgimento da futura cidade de Formoso. Os documentos não atestam a existência de zona urbana em Formoso antes da Independência do Brasil. Para iniciar o arraial, Felipe Tavares dos Santos doou parte de sua Fazenda Formoso à Nossa Senhora d’Abadia, construindo ali uma igreja com capela subordinada à Paróquia de Nossa Senhora da Penha (no atual Buritis-MG), instituída em 20/11/1805 por D. Joaquim da Cunha Azevedo, da Diocese de Olinda-PE.

5/10/1870: A Lei Provincial 1.713, sancionada nessa data pelo Vice-presidente da Província de MG, Agostinho José Ferreira Bretas, CRIA O DISTRITO DE FORMOSO, no Município de Paracatu-MG.

7/9/1923: Lei Estadual 843, aprovada nessa data, desanexa o Distrito de Formoso, de Paracatu, e o incorpora ao de São Romão-MG.

1º de Março de 1963: Data da Instalação do Município de Formoso cuja Emancipação fora aprovada pela Lei Estadual 2.764 de 30/12/62, mediante projeto de lei de autoria do Deputado Lourival Brasil Filho (1916-2000). Osvaldo S. Ornelas, trineto de Martinho Antônio Ornelas (1808-1876), é nomeado Intendente Municipal.

5/8/1964: É empossado nessa data o primeiro prefeito de Formoso, Vanderlino de Almeida Ornelas, trineto dos casais Martinho Antônio Ornelas//Claudina Pereira Rodrigues (linha paterna) e Firmiano José de Almeida//Matilde Pereira Rodrigues (linha materna). Nesse dia houve a Instalação da Câmara Municipal de Formoso-MG, símbolo da consolidação institucional do novo município, tendo o Vereador Osvaldo Ornelas como seu primeiro presidente.

Autor: XIKO MENDES.

26/12/2012

FORMOSO aguarda posse da nova prefeita para se livrar do caos deixado pelo atual prefeito.


O Município de Formoso após Oito Anos de Mandato do Prefeito LUIZINHO
(XIKO MENDES)

Considerando o mandamento constitucional de garantir funcionalidade e eficiência na continuidade dos serviços públicos sob os auspícios da Administração Pública Municipal de Formoso. Considerando que a principal finalidade da Política é autoconceber-se como a arte de solucionar conflitos de forma democrática, transformando sonhos ou expectativas do povo em ações concretas para quem de fato precisa de governo; e que a Gestão Pública é a instância mediadora de ações e diálogo na busca do desenvolvimento coletivo e do interesse público.
Considerando que a transparência, a lisura, o compromisso ético, a impessoalidade, a probidade, a regularidade, a razoabilidade, a economicidade, a indisponibilidade do Patrimônio Público, bem como a publicidade dos atos e contratos administrativos são princípios constitucionais inafastáveis e inalienáveis para garantir uma boa continuidade institucional dos serviços públicos e dos programas de governo em execução em todas as esferas dos entes federados do Estado (municípios, estados, Distrito Federal e União)... Passamos a descrever em que situação o Município de Formoso se encontra após oito anos de desmandos administrativos, tudo com base em informações extraoficiais vindas do processo de transição política ainda em andamento.
O município, unidade administrativa de gestão territorial que o Brasil herdou do Direito Romano, é um dos quatro entes da Federação instituídos pela nossa Carta Magna de 1988. O município é o espaço político no qual se constrói a nação e se assenta os valores fundamentais do Estado Democrático de Direito. É na sede do município, ou melhor, é nas cidades que partilhamos valores, estabelecemos laços afetivos de convivência social e familiar, construímos as bases do desenvolvimento do país, enfim, é no município que emerge o sentimento de unidade nacional e de identidade de um povo. Por isso, cuidar do município é cuidar da Pátria, cuidar do futuro.
Infelizmente, não é isso o que se vê ao encerrar o governo do atual prefeito LUIZ CARLOS DA SILVA (LUIZINHO). A cidade, desde Aristóteles, é o espaço de construção da cidadania, é o lócus fundador da civilização, é a bússola que norteia o destino de um povo, é o centro de comando do progresso material e intelectual em um território historicamente construído. Mas, em Formoso, a concepção de cidade colocada em prática pelo governo do Município nos últimos oito anos, é a de que a Administração Pública se configura como terra de ninguém destinada à mesquinharia, à hipocrisia, à demagogia, à mitomania quixotesca, aos shows pirotécnicos enxovalhados sob o manto da maquiagem e da mentira. Por todos os lugares onde a Comissão de Transição passou dentro do município de Formoso, o que se viu foi um indisfarçável descalabro ético e administrativo na gestão da coisa pública.
Descrever o estado no qual se encontra a Administração do município de Formoso, antes de tudo, exige coragem e uma dose dantesca de paciência para conter a indignação ante o tamanho descaso com o povo e o interesse público.
Em todos os setores, a marca do governo que se encerra em Formoso, após oito anos, é a do abandono provocado pela paralisia administrativa pacientemente orquestrada por uma gestão temerária e caótica, sem rumos e sem princípios éticos na condução dos bens públicos. A dilapidação do patrimônio público, a precarização crescente dos serviços públicos, a desorganização funcional da máquina administrativa, a falta de investimentos em áreas estratégicas para o desenvolvimento municipal, as obras inacabadas, os ônibus escolares em estado de ferro velho, as pontes de madeira apodrecidas, as estradas esburacadas, as escolas sem reforma e sem projeto pedagógico, os prédios de repartições públicas sujas e sem conservação, o maquinário e veículos danificados e abandonados, a gestão temerária do Orçamento Público, a falta de respeito com o uso de dinheiro público, os sinais evidentes de enriquecimento ilícito entre alguns dos detentores de cargos comissionados, o endividamento crescente do Município, o lixo que se avoluma como cratera lunar nas ruas da cidade... são alguns dos elementos dantescos que ilustram o vergonhoso cenário de destruição que caracteriza o fim do atual governo no município de Formoso.
O governo que tomará posse em 2013 terá pela frente o desafio gigantesco de retomar, em Formoso, a concepção de Cidade herdada dos gregos: a cidade-pólis como espaço de dignidade coletiva, sobretudo para os mais pobres, a cidade como território de humanização do Homem, mediador e construtor de valores éticos e culturais. É necessário dizer que a Gestão Pública a ser colocada em prática nos próximos quatro anos não pode recuar da nobre e patriótica tarefa de moralizar a Administração Pública por meio de ações efetivas que recoloquem o Município de Formoso nos trilhos da civilização.
Para isso, será preciso tomar atitudes e iniciativas ousadas contra a imundície dos atos e ações praticados nos últimos oito anos do atual governo. O peso dos duzentos anos de história de Formoso exige, ante o aniversário de 50 anos de sua emancipação política, que o próximo governo faça, com urgência, uma reestruturação imediata das bases institucionais da Administração Pública Municipal, promovendo o reordenamento político, administrativo e operacional dos programas, ações, projetos e serviços públicos se não quiser correr o risco de se ter um município ingovernável nas próximas décadas. 

FORMOSO-MG (Informações Gerais)


Visão Sintética do Município de Formoso - MG.

                                                                         (Xiko Mendes).

Formoso é um dos 853 municípios de Minas Gerais e se localiza no extremo setentrional da Mesorregião Noroeste do Estado, na área do Alto Médio São Francisco, a 14º 56’ 59” de latitude sul e a 46º 15’ 35” de longitude oeste. A sede do Município está a 800 metros de altitude. Formoso integra a Bacia do rio Urucuia e a Microrregião de Unaí. Seu território tem uma extensão de 3.685,70 KM2. E o censo do IBGE aponta uma população de 8.200 habitantes. O eleitorado do Município tem cerca de 5,4 mil eleitores. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Formoso, em 2010, era de 0,695. E o Índice de Gini, no mesmo ano, era de 56,14. Cerca de 63,2% de sua população vive em perímetro urbano, com densidade demográfica de 2,2 habitantes por KM2. O município está no 12º mandato de prefeito. E a média anual do orçamento dos últimos quatro anos tem variado entre 15 e 21 milhões de reais.
Situado na fronteira entre Minas, Bahia e Goiás, Formoso tem apenas dois distritos: o da Sede e o Distrito de Goiaminas. Agronegócio e agricultura familiar são as bases principais de sua economia. A malha viária do município tem como eixos principais a Rodovia MG-400, que dá acesso à sua Comarca, em Buritis, e a Rodovia BR-020 cujo acesso é feito através de estrada intermunicipal. Formoso está a 270 Km de distância de Brasília, e a cerca de 890 Km de Belo Horizonte. O município, desde 2007, é parte integrante da área de abrangência da SUDENE e do BNB (Banco do Nordeste do Brasil). Seu território está em cima do Aqüífero Urucuia, um dos maiores reservatórios de água subterrânea das Américas, e quase metade da área do Parque Nacional Grande Sertão Veredas situa-se dentro do município.
Formoso foi elevado à categoria de município pela Lei Estadual 2.764 de 30/12/62. E sua instalação se deu em 1º de março de 1963. O povoamento de seu território tem sua origem ligada à Estrada Real Caminhos da Bahia, e à criação de gado. As primeiras fazendas surgiram em meados da segunda metade do século XVIII, e em 1800 seu território foi incorporado ao Município de Paracatu. Em 1870, foi criado, nesse município, o Distrito de Formoso que, depois, em 1923, foi transferido ao município de São Romão, até consumar-se a sua emancipação política cuja efeméride completará 50 anos, com jubileu de ouro previsto para 1º/03 de 2013. 

MENSAGEM BAIANGONEIRA DE ANO NOVO


AMIGOS(AS) BAIANGONEIROS,

Desejo-lhes um natal grávido de sonhos e que a vida fecunde no âmago de sua alma um Ano-novo fértil de grandes realizações. E que a cada momento ou minuto vivido, vocês parem para olhar no retrovisor, imaginando que estão contemplando montanhas infinitas, mas que no cume de cada uma delas, repousa, sereno e inabalável, o espírito triunfante de Deus pairando sobre o Universo e conspirando sempre a favor de nós, da liberdade, da dignidade, da virtude e do humanismo, marcas indeléveis de um mundo que se queira novo, e de um ano que se queira mais que novo, mas que faça ressurgir das cinzas a fênix que se esconde no rosto dos nossos melhores amigos. (Autor: XIKO MENDES).

Abraços!

ONG UNIFAM
Repórter Marco Trijunção


Natal em Família

                                                             Prof. Xiko Mendes

Hoje é o dia em que se

Comemora o aniversário do Homem

Mais importante da Terra:

Jesus Cristo.

E também é o dia em que

Se reúne no mundo todo

A base mais importante da sociedade:

A Família.

 

Natal é tempo de renascimento.

E renascer é criar nova compreensão

Sobre todas as coisas.

Renascer é depositar o ódio na lixeira.

Renascer é distribuir sonhos

Para quem se desiludiu.

Renascer é confraternizar-se

Em permanente comunhão

Com todos os seres humanos:

Pobres, ricos, negros, brancos,

Deficientes, deserdados, injustiçados, esquecidos...

Natal é tempo para perdoar os erros cometidos.

Pedir desculpas pelas falhas que cometemos.

Desejar que a paz reine entre os homens e

Entre as famílias.

Natal é tempo para construir pontes

Entre o amor e a família,

E entre a família e o mundo,

Para a busca constante da felicidade.

Natal é o caminho que se abre

Entre atalhos cheios de obstáculos

Para que a gente encontre a trilha da retidão

Para a conquista da harmonia cósmica porque

Natal é reencontro entre o meu ser e o universo,

Entre os segredos da vida e os mistérios de Deus.


Dia de Natal é Dia da Família.

É o dia em que todos nós devemos

Fazer da reunião dos parentes um

Compromisso de que no ano seguinte,

Em todos os dias, estaremos 

Solidarizando-nos com o parente que adoeceu;

Solidarizando-nos com o parente que está triste;

Solidarizando-nos com o parente que está distante;

Solidarizando-nos com o parente

Que precisa da nossa ajuda;

Solidarizando-nos com o parente que

Precisa da nossa visita e 

Solidarizando-nos com o parente que está

Necessitando de uma palavra de carinho

Num diálogo entre membros da família.

Família é mais que consagüinidade

Traduzida em linhas de parentesco, porque

Família é afeto, é diálogo, é respeito mútuo,

É solidariedade.

Família é mais que convivência

Entre parentes porque

Família de verdade é aquela que se irmana

Uns com os outros em pactos de amizade eterna

Na alegria e na tristeza,

Sem discriminação, sem ódio, sem discórdia.

O Natal foi criado para isto:

Para que todos nós possamos nos

Reencontrar diante do espelho da vida e dizer,

Em silêncio profundo:

Quem somos?

O que fazemos?

O que podemos oferecer de melhor

Para a nossa família e para a sociedade?

O que o mundo espera de nós e

O que cada um pode contribuir para

Fazer do ano seguinte um eterno

Reencontro com a arte de amar?

Amar a vida mesmo quando ela nos parece inútil.

Amar o filho mesmo quando ele nos decepciona.

Amar os pais mesmo quando eles nos contrariam

Ou cobram nossa responsabilidade.

Amar o irmão, o sogro, a sogra,

A cunhada, a nora, o genro mesmo

Quando eles não nos parecem as

Pessoas ideais que sonhamos como

Parte da nossa família.

Amar a Deus com a fé de que

Podemos nos tornar melhores

Em cada dia com cada uma das

Nossas atitudes porque,

Assim, estaremos cumprindo

Com o que se espera de uma

CONFRATERNIZAÇÃO DE NATAL:

Que ela seja de fato um renascimento.

Viva a família!

Que este momento seja

Um eterno RENASCER ENTRE NÓS!

P.S.: Esse poema do escritor XIKO MENDES foi extraído de seu livro COM A PALAVRA, O MENINO DA CAPUAVA, edição UNIFAM, Bsb, 2007.



23/12/2012

NENA MARCHESE será empossada como primeira mulher prefeita de Formoso dia primeiro de janeiro de 2013.

Nessa terça-feira, primeiro de janeiro de 2013, entrará para a História como o dia em que será empossada a primeira mulher prefeita de Formoso. NENA MARCHESE elegeu-se prefeita do município numa coligação que uniu PMDB, PSB, PCdoB, PDT, PSL e PSDB. Seu vice é o médico Edimar José Carneiro.

A posse terá início a partir das nove horas no Poder Legislativo Municipal. O evento seguirá com a entrega de documentos na Prefeitura Municipal, logo depois será oferecido churrasco no Ginásio de Esportes (prédio da antiga CASEMG) e no mesmo local, à noite, serão realizados shows ao Povo e visitantes de Formoso.

A COMISSÃO DE TRANSIÇÃO iniciou seu trabalho na segunda, 10 de dezembro, e deve encerrar suas ações e entregar o RELATÓRIO até o próximo dia 30. Segundo XIKO MENDES, Presidente do PCdoB em Formoso e integrante da Comissão, há muita informação bombástica, entre as quais, o elevado endividamento do município.

ONG UNIFAM

02/12/2012

FORMOSO VIRA UM CAOS NESSE FIM DE MANDATO DO PREFEITO LUIZINHO.

Infelizmente, temos notícias muito ruins nos últimos dias sobre nossa querida cidade de Formoso. O atual prefeito, Luiz Carlos da Silva, que não conseguiu eleger seu sucessor após oito anos de mandato e gastos milionários de campanha, decidiu abandonar nosso município nesse melancólico fim de governo.

Abandonar é pouco para simplificar o caos no qual se encontra o município de Formoso. Invasores de colarinho branco cercaram ilegalmente centenas de lotes tomando de conta das poucas áreas públicas em nosso perímetro urbano. E a Prefeitura não tomou nenhuma providência. Estradas - como já se tornou "normal" - se tornam, com as chuvas e enxurradas, verdadeiras crateras lunares. As repartições públicas funcionam em meio expediente. Os serviços públicos cada vez mais precários. A dívida pública municipal cada vez maior. O empreguismo em fim de mandato é outra face estupidamente cruel que apenas revela e confirma aquilo que nós já sabemos há tempos sobre a ineficiente gestão do atual prefeito.

E assim Formoso caminha para o Natal com um "reveión" (grafado assim mesmo) dos piores nos últimos anos. A nova prefeita eleita de Formoso, Nena Marchese, simplesmente ainda não pode fazer nada tendo em vista que só será governante de fato após seu ato de posse em primeiro de janeiro de 2012.

Salve Formoso, oh Deus!
Salve-nos dessa babel desgovernada!

XIKO MENDES
Repórter Marco Trijunção
ONG UNIFAM




01/12/2012

BAIANGONEIRO


Manifesto BAIANGONEIRO

Xiko Mendes

Eu sou de Minas, de Goiás e da Bahia.
Sou de Cocos, Damianópolis e Mambaí.
Sou de Arinos, Formoso e Sítio d’Abadia;
Eu sou de Chapada Gaúcha e Jaborandi.

Tenho o instinto baiano, goiano e mineiro.
Sou da fronteira de três grandes estados.
Eu sou filho do Território Baiangoneiro
E quero esses municípios todos integrados.

Carrego dentro de mim a alma nordestina
E o sangue tropical do nosso Centro-Oeste.
A identidade é baiangoneira, de Bagominas.
E quero o progresso dessa gente do Sudeste.

Sou homo sapiens brasílico-barranqueiro
E lutarei sempre para que haja integração
Entre as cidades desse Povo Baiangoneiro
Que vive nas fronteiras do Marco Trijunção.

OBS.: Esse texto faz parte do novo livro do escritor XIKO MENDES, que será lançado em 2013.



PREFÁCIO ao livro PATRIARCAS BÍBLICOS, do genealogista JOÃO ROCHA

Prof. Xiko Mendes
(Historiador, membro da Academia de Letras do Noroeste de Minas, em Paracatu, e da Associação Nacional de Escritores, ANE, em Brasília).


Eu sou Jeová, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egito (...). Não deves ter quaisquer outros deuses em oposição a Mim. Não deves fazer para ti imagem esculpida. (...). Não te deves curvar diante delas nem ser induzido a servi-las porque eu, Jeová, teu Deus, sou um Deus que exige devoção exclusiva...” (Ex., 20:1-5). 

Foram com essas palavras que Deus não apenas firmou em definitivo seu pacto espiritual com os Hebreus (na viagem de retorno para a atual Palestina), mas fez com que o culto monotéico se tornasse o elemento definidor da humanidade para outras crenças como o Cristianismo e o Islamismo.
Numa época em que a humanidade ainda era dominada pela mitologia antropomórfica, os hebreus transformaram conceitos como monoteísmo, família e religião na base axiológica de sua identidade e historicidade ao longo de vários milênios até o nosso tempo. Esses conceitos moldaram o éthos hebraico junto ao qual acrescentou-se o Sionismo, a partir dos anos 1890, como concepção política e étnica norteadora da criação do Estado de Israel em 14 de maio de 1948, que antes tinha sido aprovada em sessão da ONU presidida pelo diplomata brasileiro Osvaldo Aranha.
Pois bem, invocamos aqui esse assunto para tratar do lançamento de mais um volume da coleção de História Bíblica do eminente historiador linhagista João Rocha. Descendente da tradicionalíssima família Carneiro que tantos serviços já prestou a Formoso, no Noroeste de Minas, esse autor vem notabilizando-se por relevantes contribuições à historiografia genealógica. Em 1995, quarenta anos após sair de sua terra natal, editou um brilhante ensaio sobre sua família, livro no qual nomeia e biografa ilustres varões de Plutarco daquele município.
Mais recentemente, editou a obra “As Filhas de Eva” dando amplo destaque à importância dos seres femininos dentro da Bíblia, livro esse que veio suprir uma grande lacuna entre os especialistas nesse tema. Para os cristãos acostumados com o reino de Maria no panteão hagiográfico do Ocidente, Rocha conseguiu dissertar sobre mais de 150 mulheres que aparecem nos textos bíblicos, mostrando-nos aspectos peculiares, tristes ou surpreendentes como, por exemplo, o fato de Débora ter sido a única mulher que se tornou governante entre os hebreus na Época dos Juízes.
Tive a honra de ler os originais desse “Os Patriarcas Bíblicos” onde João Rocha retoma os princípios basilares de sua meticulosa pesquisa genealógica, fruto de anos de acurado trabalho heurístico, para pontuar belíssimos comentários sobre os Grandes Fundadores da Civilização Hebraica que junto com os Gregos e Romanos, constitui a matriz formadora do homem ocidental moderno. A cosmologia judaica e sua mística messiânica é um assunto que sempre me seduziu desde criança. Daí a sensação prazerosa de ler esse novo livro que se inicia tratando, coincidentemente, de apresentar a origem do mundo e do homem segundo a ótica do Judaísmo; essa religião que nos seduz com sua Torá, com o Talmude, a Kabala, o Tabernáculo, a Arca da Aliança, a Páscoa, o Pentecostes e outros rituais que despertam a curiosidade esotérica desse Mundo Moderno que tanto se esforça para que a Ciência expulse do nosso imaginário essa tradição metafísica que norteia nossa ancestralidade. João Rocha – um amante de nossos ancestrais – não esquece nenhum detalhe importante e se ocupa de descrever com esmero e paixão todos os patriarcas hebreus. Homens veneráveis como Adão, Abel, Noé, Sem, Jafé, Cam, Jó, Matuzalém, Abraão, Isaque, Jacó, Ismael, Esaú... aparecem em páginas indeléveis como figuras proeminentes da história bíblica.
Aqui abro um parêntese: a organização social da humanidade, desde seus primórdios, (acredito que em qualquer parte do mundo), está vinculada ao regime patriarcal. Ser patriarca era muito mais do que simplesmente ter uma descendência numerosa (muitos filhos, netos, bisnetos) como hoje queiram entender. Os Patriarcas, na Antiguidade, exerciam tanto as funções de sacerdotes, juizes e chefes militares quanto a autoridade política e moral da população. Dentro da comunidade, esse cargo era revestido de um simbolismo político-institucional sustentado pela ética tribal e por uma profunda religiosidade de cunho teocrático. A figura sagrada do faraó entre os egípcios e a do patesi entre os povos mesopotâmicos são exemplos típicos. O Patriarcalismo influenciou, decisivamente, a história de todos os povos desde nossa origem até hoje. Infelizmente, em nosso tempo, o idoso muitas vezes é sucumbido à humilhação e ao abandono pela própria família esquecendo-se do valor moral que o peso da idade e da biografia impõem sobre os ombros de nossos patriarcas.
Ao lermos “Os Patriarcas Bíblicos”, nós somos impulsivamente levados a refletir de forma autocrítica sobre o papel social do Patriarcado não apenas nas Escrituras Sagradas – como bem faz João Rocha, mas nas relações sociais da atualidade. Com um texto agradável e minucioso, o autor nos deixa surpresos com as histórias recontadas de forma leve sobre personagens sedutores como Adão, Caim, Jó, Jacó, Judá, José e o maior deles, Abraão.
A Civilização Hebraica com seus mistérios e sua sabedoria rabínica é sempre fonte de inspiração para bons autores como João Rocha. Os Hebreus são um dos povos cuja gestação histórica se deu no centro do mundo – a Mesopotâmia (atual Iraque) onde o deus Jeová situa a origem de toda a Humanidade. Foi lá que viveram os Sumérios, os Acádios, os Amoritas, os Assírios, os Caldeus... Foi lá onde surgiram ou se aperfeiçoaram a escrita Cuneiforme, o Código Hamurabi, a Astronomia, o Horóscopo, a Epopéia de Gilgamés, a Bíblia... E foi de lá, dessa Velha Mesopotâmia, mais precisamente da antiguíssima cidade caldeia de Ur, que há quatro milênios antes de nós partiu o Grande Patriarca Abraão para firmar a eterna aliança monoteísta entre Deus e o Homem em busca de sua Canaã, a Terra Prometida.
Sempre que (re)leio a Bíblia, surpreendo-me com esse trecho do Livro dos Juízes: “Naqueles dias não havia rei em Israel. Cada um costumava fazer o que era direito aos seus próprios olhos” (Jz, 21:25). O narrador biblista remete-nos ao século XI a.C, ao tempo em que os últimos juízes, substitutos dos Patriarcas, se corromperam. E isso serviu de motivo para a centralização do Poder por meio da Monarquia ao tempo em que viveram Saul, Davi, Salomão... Essa é uma prova de quão foram importantes os Patriarcas aqui descritos tão brilhantemente pelo genealogista João Rocha.
A Era dos Patriarcas Hebreus, que alcançou seu apogeu no segundo milênio antes de Cristo, reporta-nos ao tempo que termina com o exílio no Egito sob domínio dos Hicsos. Depois do Êxodo, os hebreus passaram pela conturbada Era dos Juizes, período em que tiveram que combater cananeus e filisteus na reconquista da atual Palestina. Veio a Era dos Reis, momento luminoso que acabou em 935 a.C quando morreu Salomão. Daí em diante até o século XX, os Hebreus ou JUDEUS – como chamamos hoje – viram a destruição do Reino de Israel, pelos Assírios, em 721 a.C, o Cativeiro Babilônico do Reino de Judá, pelo Império Caldeu e, sucessivamente, a dominação greco-macedônica, romana, árabe, otomana, britânica...
Esse livro Os Patriarcas Bíblicos é primoroso, sobretudo, porque trata de abordar os heróicos momentos fundadores da história hebraica. Por isso, trata-se de obra fundamental na compreensão dos pilares básicos que fundamentaram a construção de valores caros ao Homem atual como a importância da Família e da Religião Monoteísta enquanto instrumentos balizadores do estado moderno do qual se exige que seja democrático e tolerante com as diferenças e convicções. Por essas e outras razões, a leitura desse novo livro de João Rocha torna-se indispensável para a reinterpretação crítica do mundo em que vivemos dando-nos um salto cronológico gigantesco para voltarmos ao Passado e refletirmos sobre o Presente. Você, leitor(a), não pode deixar de ler Os Patriarcas Bíblicos!!!

NENA MARCHESE É DIPLOMADA E INDICA COMISSÃO DE TRANSIÇÃO.


Prefeita eleita de Formoso foi diplomada e já indicou Comissão de Transição

Foi realizada na noite de quinta-feira, 29 de novembro de 2012, a Cerimônia de Diplomação dos prefeitos e vereadores eleitos na Comarca de Buritis (Formoso e Buritis). O evento ocorreu no plenário da Câmara Municipal de Buritis, a partir das 20 horas, sob a presidência do M.M.Juiz titular da 324ª Zona Eleitoral, Dr. Dalmo Luiz Silva Bueno, com a presença de outras autoridades, inclusive o Promotor do MPE-MG, Dr. Rodrigo Ladeira.

A Prefeita eleita de Formoso, Nena Marchese, assim como seu vice-prefeito e os nove vereadores eleitos foram diplomados.

Também informamos que a nova prefeita de Formoso, que tomará posse dia 1º/1/13, já oficializou a COMISSÃO DE TRANSIÇÃO. Esses são os membros:
1- Dr. Joéton G. Ornelas (Coordenador),
2- Francisco da Paz Mendes (Xiko Mendes);
3- Dailson Carneiro,
4- Rubens Nogueira,
5- Evaldo José da Silva,
6- Jorivê José Carneiro,
7- Edson L. Marchese
8- Hélio Ferreira.

ONG UNIFAM

26/11/2012

BAIANGONEIRO, BAGOMINAS e MARCO TRIJUNÇÃO.

O Território Baiangoneiro ou BAGOMINAS: que lugar é esse?

                                                                  XIKO MENDES

Aqui Bahia, Goiás e Minas se encontram para revelar aos turistas as deslumbrantes paisagens geralistas dos Municípios do MARCO TRIJUNÇÃO

 “O SERTÃO aceita todos os nomes:             AQUI É O GERAIS, lá é o Chapadão, lá acolá é a Caatinga (...). O SERTÃO é confusão em grande demasiado SOSSEGO”. ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 432, 400.

Chamamos de BAGOMINAS ou Marco Trijunção a região da tríplice fronteira entre os Estados da Bahia (Região Nordeste), Goiás (Região Centro-oeste) e Minas Gerais (Região Sudeste). Do ponto de visto físicoambiental, trata-se de uma zona de ecótono, isto é, nela se encontram dois grandes biomas sul-americanos: o Cerrado ao sul e oeste da trijunção; e a Caatinga ao norte e leste. Segundo a nossa concepção geográfica e geoeconômica, oito municípios fazem parte do território do MARCO TRIJUNÇÃO – como é conhecido, ou BAGOMINAS (como nós preferimos).

Na Bahia, pertencem ao Marco Trijunção os municípios de Cocos e Jaborandi. Em Goiás, os municípios de Sítio da Abadia, Damianópolis e Mambaí. Em Minas Gerais, os municípios de Arinos, Chapada Gaúcha e Formoso. Usamos três critérios de regionalização e enquadramento: 1) – a identidade cultural comum às populações dessa região; 2) – os aspectos geoeconômicos do desenvolvimento regional; 3) – o tipo de meio ambiente predominante (os Gerais) assim como as nascentes dos rios e ribeirões, que ficam próximas ao marco geodésico que serve de divisa interestadual. Neste livro aparecem apenas quatro desses municípios por razoes contratuais com o patrocinador, ou seja, os municípios que possuem partes de seus territórios dentro do Parque Nacional Grande Sertão Veredas.

O território baiangoneiro, fronteira geográfica e étnico-cultural entre baianos, goianos e mineiros, é uma trijunção não apenas pelo aspecto geopolítico (por ser a junção de três grandes regiões do Brasil), mas porque dentro dela há o encontro de nascentes importantíssimas que deslocam para as bacias hidrográficas dos rios Urucuia e Carinhanha (Vale do São Francisco) e Paranã (Vale do Tocantins-Araguaia).

O território da região do Marco Trijunção ou BAGOMINAS antes era conhecido como GERAIS até a década de 1990. Área de colonização portuguesa a partir de 1659, diversas famílias de morgados latifundiários baiano-pernambucanos como a Casa da Torre (família de Garcia d’Ávila), goianos como a Casa de Grijó (família Cerqueira Brandão) ou mineiros como a família Cardoso do Urucuia e Norte de Minas aí se tornaram donas usufrutuárias de terras que usaram para a criação de gado em campo aberto. Com um meio ambiente que alterna amplas veredas e chapadões com vastas pastagens naturais, a PECUÁRIA tornou-se a atividade econômica predominante até meados dos anos 1970. Hoje impera o agronegócio da soja.

Entre o fim dessa década e ao longo dos anos 1980, a região (na parte baiana) foi alvo de projetos de REFLORESTAMENTO com pinho e eucalipto financiados pelo extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). O resultado foi a derrubada de vegetação nativa com destruição de nascentes e assoreamento provocando sérios impactos ambientais ao bioma da Região que é, em grande parte, composto de solo arenoso. Soma-se ao desmatamento com plantio de árvores exóticas, a implantação de projetos de colonização agrícola (AGRONEGÓCIO) e as CARVOARIAS cujas conseqüências já se tornam catastróficas em todo o Marco Trijunção. Apesar dessa vulnerabilidade ambiental que continua existindo por causa de lavouras feitas sem obedecer aos princípios do Desenvolvimento Sustentável, essa região ainda conserva belíssimas paisagens naturais para você curtir no próximo roteiro de viagem pelo Brasil Central.

OBS.: Esse texto faz parte do capítulo um do próximo livro do historiador XIKO MENDES, que será lançado no ínício de 2013.

ONG UNIFAM

URUCUIA nas palavras de GUIMARÃES ROSA.

URUCUIA


                                                         Guimarães Rosa*

“O URUCUIA vem dos montões oestes. (...).

O GERAIS corre em volta.

Esses Gerais são sem tamanho.(...)”.

“(...). Mas, quadrando que primeiro,

mais para o norte:

o Chapadão do URUCUIA (...)”.

“(...). O meu URUCUIA vem,

claro, entre escuros.

Vem cair no São Francisco, rio capital”.

“(...). Ah, o meu URUCUIA,

as águas dele são claras certas (...)”.

“(...). O URUCUIA é um rio, o rio das montanhas”.

“(...). URUCUIA – lá onde

houve matas sem sol nem piedade”.

“Confusa é a vida da gente;

como esse rio meu URUCUIA vai se levar no mar”.

“(...). Pelos modos, pelas roupas,

aqueles eram gente do Alto URUCUIA.

Catrumanos dos Gerais.

Pobres, mas atravessados de armas,

e com cheias cartucheiras”.

“(...). Viemos pelo URUCUIA.

Meu rio de amor é o URUCUIA.

O chapadão – onde tanto boi berra.

Daí, os GERAIS, com o capim verdeado.

Ali é que vaqueiro brama,

com suas boiadas espatifadas.

... o tempo-das-águas de chegada,

trovoada trovoando.

Vaqueiros todos vaquejando.

O gado esbravaçava (...)”.

“O URUCUIA não é o meio do Mundo?”.



*Texto adaptado livremente para a forma prosopoética, mas sem mexer na estrutura narrativa do autor. In: ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 1, 394, 271, 267, 383, 471, 164, 73, 59, 428.

OBS.: Esse texto foi selecionado pelo historiador roseano XIKO MENDES.

24/11/2012

ELEIÇÃO DE PREFEITO EM FORMOSO-MG custou 283 mil reais.

Formoso teve dois candidatos a prefeito concorrendo nas eleições de 2012. Eles informaram os seguintes dados de sua prestação de contas à justiça eleitoral:
NENA MARCHESE, prefeita eleita, declarou que gastou 108.045,50.

Irineu José BALBINOT, que perdeu a eleição, declarou ter gasto o valor de 175.389,52.

TOTAL DE GASTOS NA CAMPANHA DE PREFEITO DE FORMOSO:
R$: 283.435,02.

ONG UNIFAM

19/11/2012

FORMOSO E BURITIS DIPLOMARÃO OS PREFEITOS ELEITOS. CERIMÔNIA SERÁ DIA 29/11/12

A Justiça Eleitoral de Buritis-MG informa que realizará na quinta-feira, 29 de novembro, a partir das 20 horas, em Buritis, a CERIMÔNIA DE DIPLOMAÇÃO DOS 18 VEREADORES E PREFEITOS ELEITOS nessa comarca: BURITIS E FORMOSO. Participem!


Logo após a diplomação, a prefeita eleita de Formoso, segundo informações que apuramos, irá oficializar a Lista de integrantes da COMISSÃO DE TRANSIÇÃO junto à Prefeitura sob gestão do prefeito LUIZINHO SILVA.


ONG UNIFAM


OBS.: Nós pedimos imensas desculpas por ter informado aqui a data de 22/11, pois a fonte que nos deu essa notícia equivocou-se e nós erramos. Desculpe-nos pelo ato falho, que é a primeira vez que ocorre em nosso blog.

07/11/2012

AFONSO ARINOS DE MELO FRANCO (1868-1916): Homenagem aos 145 anos de seu nascimento que ocorrerá em maio de 2013.

UMA BREVE INTRODUÇÃO AO UNIVERSO DE AFONSO ARINOS

Humberto Neiva

1) Palavras Iniciais

O sertão encerra muitos contrastes. Expressa a nudez da terra, a força de seu povo, a natureza mágica e mística, a mais pura realidade, a dura violência, a profunda miséria. É como o deus Janos: bifronte. Nesse

cenário, possibilita-se construir, no universo da arte e da literatura,

a expressão de uma nação e de tudo aquilo que ela oferece como

realidade criativa.

Nesse tecido, Arinos criou e permeou toda uma literatura, regional,

local, brasileira, com cheiro de terra, com um profundo amor à infância.

Mais do que isso, criou uma obra universal a partir de suas estórias e

personagens. Exerceu a escrita em seu mais alto teor.

2) A Família Melo Franco

O fundador da Família Melo Franco foi o português João de Melo

Franco, nascido em 1721 e tendo chegado ao Brasil, no Rio de Janeiro,

por volta de 1750. Em 1757, ele já residia em Paracatu, Minas Gerais. O

sobrenome Melo é de origem materna, família nobre, natural da região de Bucelas, ao norte de Lisboa. O sobrenome Franco é de origem paterna.

João de Melo Franco casou-se com dona Ana de Oliveira Caldeira,

sobrinha de Felisberto Caldeira Brant, com quem teve onze filhos, dos

quais apenas dois homens, o mais velho e o caçula. Foram seus filhos:

Francisco, Francisca, Maria, Rosa, Ana, Joana, Brígida, Beatriz, Bárbara

e Joaquim.

Francisco nasceu em Paracatu em 1757, e tornou-se muito conhecido

nos meios literários e científicos de Portugal e do Brasil, posteriormente.

Integra-se na História Literária e na História Científica de ambos os

países.

Contribuição importante de Francisco de Melo Franco para a ciência foi

a introdução da vacina contra a varíola. Também de grande valor é o

seu livro sobre puericultura, cabendo-lhe, por isso, o título de Primeiro

Puericultor do Brasil.

Joaquim de Melo Franco, o irmão caçula de Francisco, apesar de não

ter alcançado a notoriedade de seu irmão na vida brasileira nem na

portuguesa, é, para o assunto em questão, um dos mais importantes,

pois através dele vamos ter o ramo mineiro dos Melo Franco, sendo o

bisavô paterno de Afonso Arinos. Foi um sertanejo com grande atuação

na vida de sua terra natal, repercutindo até na Revolução de 1842.

Nasceu no ano de 1770. Apesar de Paracatu pertencer à Diocese de

Olinda e Recife, e Joaquim de Melo Franco ter chegado até lá para

alguns estudos preparatórios, necessários para o ministério sacerdotal,

foi ordenado sacerdote em Mariana, por provisão que concedia licença

ao Prelado dessa cidade e por encontrar-se candidato apto para receber

as ordens sacras.

Apesar de ordenado sacerdote, vestia batina apenas para a realização

dos atos oficiais na sua igreja. O sacerdócio não modificou as suas

atitudes de valente, político e brigador e de pai carinhoso, vivendo

com sua mulher e educando os seus filhos. Era chamado Vigário Melo

Franco.

Era casado com Maria Francisca Cunha Bueno, com a qual teve sete

filhos e uma filha, dona Antônia de Melo Franco, avó paterna de Afonso

Arinos. Dentre os seus filhos, três se transferiram para a Europa, onde

se educaram, formando-se todos em medicina: Manuel, Bernardo e

José.

Dona Antônia de Melo Franco casou-se com o tenente José Martins

Ferreira, sendo os avós paternos de Afonso Arinos. O casal teve sete

filhos, quatro homens e três mulheres, sendo Virgílio, pai de Afonso

Arinos, o mais velho, nascido 29 de agosto de 1839.

Virgílio adotara o nome de Virgílio Martins de Melo Franco, nome que

usou até o fim da vida. O motivo desta opção de Virgílio pela assinatura

materna deve estar no fato de, apesar de honrado o nome paterno, o

apelido da família Melo Franco já era de projeção, não apenas por causa

de seu tio-avô, mas também por causa de seu tio e padrinho Manuel.

Não foi somente ele quem mudara o nome, mas todos os outros irmãos

e irmãs, com exceção do mais moço, que conservou o apelido paterno.

Virgílio se casou com dona Ana Leopoldina Pinto da Fonseca, filha

de João Crisóstomo Pinto da Fonseca Júnior e de Franklina Pimentel

Barbosa, em Paracatu, no dia 3 de maio de 1867. Tiveram vários filhos,

com destaque para Afonso Arinos e Afrânio. Afrânio seguiu carreira

diplomática e foi Ministro das Relações Exteriores, considerado o

Estadista da República, pai de Afonso Arinos (sobrinho).

Afonso Arinos era o primogênito e nasceu no dia 01 de maio de 1868,

em Paracatu. Foi um menino criado longe das estufas e da educação

artificial dos grandes centros. Um menino como outro qualquer, da

sertaneja cidade. E misturava-se a todos os meninos e vivia a sua vida

de traquinices pelas ruas quietas da cidade quase centenária, que

não sabia o que fosse o mundo artificial da civilização ditada pelas

metrópoles. Vivia a sua vida à solta. Era um tipo dominante, destes que

hoje se cognominam líderes. Esta dominação sobre outros, Arinos a

levou vida afora.

Era um tipo andejo, aventureiro, impulsivo e sentimental. Sabia

comprazer-se com os fatos mais ínfimos da natureza. Aquelas primeiras

impressões de criança se gravaram profundamente em seu coração.

Apanhou a matéria fresca e úmida, e aí se gravou, e acompanhou o

homem para o resto de sua vida.

3) Uma Rápida Cronologia Biográfica

1868: Nascimento em Paracatu, Minas Gerais, em 01 de maio.

1885: Iniciou o curso de Direito em São Paulo.

1890: Vários trabalhos publicados.

1897: Assumiu a direção do “Comércio de São Paulo”

1901: Eleito sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico

Brasileiro. Eleito membro da Academia Brasileira de Letras.

1916: Falecimento em Barcelona, no dia 19 de Fevereiro.

4) Aspectos da Obra de Arinos

Arinos sempre procurou retratar o sertão de modo realista, sensível e de

coração aberto. O povo sertanejo era a outra parte onde sempre buscou

enfocar as qualidades, as contradições e os costumes dessa gente

humilde. O sertão e o seu povo, nesse binômio construiu uma literatura

dentro de um equilíbrio notável chamando a todos, através de seus

escritos, para um mundo novo, inexplorado e grande.

A natureza em sua obra é viva, não é segundo plano, é mais um

personagem na interação, se mistura aos humanos e forma um conjunto

único, que atua, que pulsa e que marca um ritmo firme na progressão da

narrativa.

Os buritizais, os jenipapeiros, os ingazeiros, os baruzeiros e outras

vegetações povoam os cenários de Arinos, testemunhos típicos da

região noroeste de Minas Gerais, demonstrando a pujança da natureza

local.

Tudo que se movimenta para ele tem uma sonoridade associada a uma

visão nua de uma paisagem primitiva e rude.

Um traço marcante na obra de Arinos é a presença do poético em sua

prosa e, em certos escritos, poderíamos denominá-los de poemas em

prosa, pois o poema é via de acesso ao tempo puro, imersão nas águas

originais da existência. “Buriti Perdido” representa o ponto mais alto

onde evoca a resistência às grandes intempéries e demonstra a força e

o caráter que persevera na natureza e no povo do sertão. Na palmeira

solitária que ergue aos céus as palmas tesas, ao centro da campina

verde, no mais simples gesto de súplica, Arinos vê “o poema vivo de

uma raça quase extinta”.

No sertão mineiro está presente em suas tradições o culto à Virgem

Santíssima. É um traço forte dos nossos ancestrais portugueses em

toda ,a região do Noroeste de Minas e arredores, indo até Goiás.

Encontra-se nos escritos referências a Nossa Senhora da Abadia do

Muquém, centro de Goiás, cuja origem era Abadia do Muquém um

quilombo nos tempos da Capitania. Muquém é uma grade de madeira

para receber a carne que deverá ser assada em braseiro. É um local de

famosa romaria a qual se destina uma vasta população da região, todo

ano.

As festas típicas, folclóricas, os tipos de habitantes, as construções,

tudo isso permeia a obra de Arinos e tem em seus escritos um encanto,

mas deixa no autor um certo desalento, como no trecho: “Nesta nossa

terra, onde as tradições tão depressa se apagam, tão cedo esquecem

as velhas usanças – o encontro, muito raro, de algum objeto antigo tem

sempre para mim alguma coisa de delicado e comovente.”

Arinos foi, por vezes, criticado quanto à escrita com forte influência

clássica, afastando muitas vezes de um linguajar próprio local,

contrastando com a paisagem e a natureza sertaneja. Na verdade,

a pretensão de Arinos era maior, objetivava a abrangência, a

universalidade, queria uma linguagem que todos entendessem e que

suas estórias e personagens integrassem um conjunto único, harmônico

e de grande densidade poética.

5) Relação das Principais Obras

Pelo Sertão – contos (1898)

Os Jagunços – contos (1898)

Notas do Dia (1900)

O Contratador de Diamantes – drama (póstumo, 1917)

A Unidade da Pátria (póstumo, 1917)

Lendas e Trtadições Brasileiras

Conferências Literárias

O Mestre de Campo

Histórias e Paisagens (póstumo, 1921)

Ouro, Ouro (inacabado)

6) Palavras Finais

É inegável que Afonso Arinos iniciou na literatura brasileira o gênero

regionalista, pois toda a vivência do sertão, durante a sua infância e

adolescência em Paracatu, e na fase de seus primeiros estudos em

Goiás, marcaram profundamente a sua alma sertaneja, o amor pela sua

terra, e a devoção para com sua pátria. Toda a experiência vivida no

exterior, curiosamente, serviu para aguçar e reforçar o sentido universal

de seu regionalismo. Soma-se a tudo isso a sua grande cultura, com

forte traço humanista.

Arinos viveu numa época, final do Século XIX e início do Século XX,

quando a literatura brasileira buscava uma identidade numa nova

corrente realista, a monarquia agonizava e prenunciava a república, a

industrialização no mundo mostrava sua força caracterizando um novo

momento na relação capital e trabalho, a escravatura se extinguia e

ganhava corpo o exercício dos direitos humanos e da cidadania.

A partir desse ambiente transformador, Arinos nos trouxe uma literatura

genuína, extrai o que há de mais puro em nossas raízes e reforça

uma identidade local, nacional, com amplitude de valores. Daí a sua

universalidade, quando apresenta a todos nós a grandeza que somos

enquanto seres humanos e como podemos interagir com o nosso meio

ambiente, de forma ativa, numa relação da mais nobre igualdade. Ele

foi mais longe, provou que essa relação é de amor, é de alma, é de

devoção, é de profunda humildade perante à imensidão desse universo

que nos foi concedido.

Termino essa pequena introdução ao universo arinense com os trechos

iniciais e finais do poema-prosa Buriti Perdido:

“Velha palmeira solitária, testemunha sobrevivente do drama da

conquista, que de majestade e de tristura não exprimes, venerável

epônimo dos campos!

No meio da campina, de um verde esmaiado e merencório, onde

tremeluzem às vezes as florinhas douradas do alecrim do campo,

tu ergues altaneira, levantando ao céu as palmas tesas, – velho

guerreiro petrificado em meio da peleja!

Tu me apareces como o poema vivo de uma raça quase extinta,

como a canção dolorosa dos sofrimentos das tribos, como o hino

glorioso de seus feitos, a narração comovida das pugnas contra

os homens de além!

Por que ficaste de pé, quando teus coevos já tombaram?

Se algum dia a civilização ganhar essa paragem longínqua,

talvez uma grande cidade se levante na campina extensa que

te serve de soco, velho Buriti Perdido. Então, como os hoplistas

atenienses cativos em Siracusa, que conquistaram a liberdade

enternecendo os duros senhores à narração das próprias

desgraças nos versos sublimes de Eurípedes, tu impedirás,

poeta dos desertos, a própria destruição, comprando teu direito

à vida com a poesia selvagem e dolorida que tu sabes tão bem

comunicar.

Então, talvez, uma alma amante das lendas primevas, uma

alma que tenha movido ao amor e à poesia, não permitindo a

tua destruição, fará com que figures em larga praça, como um

monumento às gerações extintas, uma página sempre aberta de

um poema que não foi escrito, mas que referve na mente de cada

um dos filhos desta terra.”

FONTE: www.festivalsagarana.com.br