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26/11/2012

BAIANGONEIRO, BAGOMINAS e MARCO TRIJUNÇÃO.

O Território Baiangoneiro ou BAGOMINAS: que lugar é esse?

                                                                  XIKO MENDES

Aqui Bahia, Goiás e Minas se encontram para revelar aos turistas as deslumbrantes paisagens geralistas dos Municípios do MARCO TRIJUNÇÃO

 “O SERTÃO aceita todos os nomes:             AQUI É O GERAIS, lá é o Chapadão, lá acolá é a Caatinga (...). O SERTÃO é confusão em grande demasiado SOSSEGO”. ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 432, 400.

Chamamos de BAGOMINAS ou Marco Trijunção a região da tríplice fronteira entre os Estados da Bahia (Região Nordeste), Goiás (Região Centro-oeste) e Minas Gerais (Região Sudeste). Do ponto de visto físicoambiental, trata-se de uma zona de ecótono, isto é, nela se encontram dois grandes biomas sul-americanos: o Cerrado ao sul e oeste da trijunção; e a Caatinga ao norte e leste. Segundo a nossa concepção geográfica e geoeconômica, oito municípios fazem parte do território do MARCO TRIJUNÇÃO – como é conhecido, ou BAGOMINAS (como nós preferimos).

Na Bahia, pertencem ao Marco Trijunção os municípios de Cocos e Jaborandi. Em Goiás, os municípios de Sítio da Abadia, Damianópolis e Mambaí. Em Minas Gerais, os municípios de Arinos, Chapada Gaúcha e Formoso. Usamos três critérios de regionalização e enquadramento: 1) – a identidade cultural comum às populações dessa região; 2) – os aspectos geoeconômicos do desenvolvimento regional; 3) – o tipo de meio ambiente predominante (os Gerais) assim como as nascentes dos rios e ribeirões, que ficam próximas ao marco geodésico que serve de divisa interestadual. Neste livro aparecem apenas quatro desses municípios por razoes contratuais com o patrocinador, ou seja, os municípios que possuem partes de seus territórios dentro do Parque Nacional Grande Sertão Veredas.

O território baiangoneiro, fronteira geográfica e étnico-cultural entre baianos, goianos e mineiros, é uma trijunção não apenas pelo aspecto geopolítico (por ser a junção de três grandes regiões do Brasil), mas porque dentro dela há o encontro de nascentes importantíssimas que deslocam para as bacias hidrográficas dos rios Urucuia e Carinhanha (Vale do São Francisco) e Paranã (Vale do Tocantins-Araguaia).

O território da região do Marco Trijunção ou BAGOMINAS antes era conhecido como GERAIS até a década de 1990. Área de colonização portuguesa a partir de 1659, diversas famílias de morgados latifundiários baiano-pernambucanos como a Casa da Torre (família de Garcia d’Ávila), goianos como a Casa de Grijó (família Cerqueira Brandão) ou mineiros como a família Cardoso do Urucuia e Norte de Minas aí se tornaram donas usufrutuárias de terras que usaram para a criação de gado em campo aberto. Com um meio ambiente que alterna amplas veredas e chapadões com vastas pastagens naturais, a PECUÁRIA tornou-se a atividade econômica predominante até meados dos anos 1970. Hoje impera o agronegócio da soja.

Entre o fim dessa década e ao longo dos anos 1980, a região (na parte baiana) foi alvo de projetos de REFLORESTAMENTO com pinho e eucalipto financiados pelo extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). O resultado foi a derrubada de vegetação nativa com destruição de nascentes e assoreamento provocando sérios impactos ambientais ao bioma da Região que é, em grande parte, composto de solo arenoso. Soma-se ao desmatamento com plantio de árvores exóticas, a implantação de projetos de colonização agrícola (AGRONEGÓCIO) e as CARVOARIAS cujas conseqüências já se tornam catastróficas em todo o Marco Trijunção. Apesar dessa vulnerabilidade ambiental que continua existindo por causa de lavouras feitas sem obedecer aos princípios do Desenvolvimento Sustentável, essa região ainda conserva belíssimas paisagens naturais para você curtir no próximo roteiro de viagem pelo Brasil Central.

OBS.: Esse texto faz parte do capítulo um do próximo livro do historiador XIKO MENDES, que será lançado no ínício de 2013.

ONG UNIFAM

URUCUIA nas palavras de GUIMARÃES ROSA.

URUCUIA


                                                         Guimarães Rosa*

“O URUCUIA vem dos montões oestes. (...).

O GERAIS corre em volta.

Esses Gerais são sem tamanho.(...)”.

“(...). Mas, quadrando que primeiro,

mais para o norte:

o Chapadão do URUCUIA (...)”.

“(...). O meu URUCUIA vem,

claro, entre escuros.

Vem cair no São Francisco, rio capital”.

“(...). Ah, o meu URUCUIA,

as águas dele são claras certas (...)”.

“(...). O URUCUIA é um rio, o rio das montanhas”.

“(...). URUCUIA – lá onde

houve matas sem sol nem piedade”.

“Confusa é a vida da gente;

como esse rio meu URUCUIA vai se levar no mar”.

“(...). Pelos modos, pelas roupas,

aqueles eram gente do Alto URUCUIA.

Catrumanos dos Gerais.

Pobres, mas atravessados de armas,

e com cheias cartucheiras”.

“(...). Viemos pelo URUCUIA.

Meu rio de amor é o URUCUIA.

O chapadão – onde tanto boi berra.

Daí, os GERAIS, com o capim verdeado.

Ali é que vaqueiro brama,

com suas boiadas espatifadas.

... o tempo-das-águas de chegada,

trovoada trovoando.

Vaqueiros todos vaquejando.

O gado esbravaçava (...)”.

“O URUCUIA não é o meio do Mundo?”.



*Texto adaptado livremente para a forma prosopoética, mas sem mexer na estrutura narrativa do autor. In: ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 1, 394, 271, 267, 383, 471, 164, 73, 59, 428.

OBS.: Esse texto foi selecionado pelo historiador roseano XIKO MENDES.

24/11/2012

ELEIÇÃO DE PREFEITO EM FORMOSO-MG custou 283 mil reais.

Formoso teve dois candidatos a prefeito concorrendo nas eleições de 2012. Eles informaram os seguintes dados de sua prestação de contas à justiça eleitoral:
NENA MARCHESE, prefeita eleita, declarou que gastou 108.045,50.

Irineu José BALBINOT, que perdeu a eleição, declarou ter gasto o valor de 175.389,52.

TOTAL DE GASTOS NA CAMPANHA DE PREFEITO DE FORMOSO:
R$: 283.435,02.

ONG UNIFAM

19/11/2012

FORMOSO E BURITIS DIPLOMARÃO OS PREFEITOS ELEITOS. CERIMÔNIA SERÁ DIA 29/11/12

A Justiça Eleitoral de Buritis-MG informa que realizará na quinta-feira, 29 de novembro, a partir das 20 horas, em Buritis, a CERIMÔNIA DE DIPLOMAÇÃO DOS 18 VEREADORES E PREFEITOS ELEITOS nessa comarca: BURITIS E FORMOSO. Participem!


Logo após a diplomação, a prefeita eleita de Formoso, segundo informações que apuramos, irá oficializar a Lista de integrantes da COMISSÃO DE TRANSIÇÃO junto à Prefeitura sob gestão do prefeito LUIZINHO SILVA.


ONG UNIFAM


OBS.: Nós pedimos imensas desculpas por ter informado aqui a data de 22/11, pois a fonte que nos deu essa notícia equivocou-se e nós erramos. Desculpe-nos pelo ato falho, que é a primeira vez que ocorre em nosso blog.

07/11/2012

AFONSO ARINOS DE MELO FRANCO (1868-1916): Homenagem aos 145 anos de seu nascimento que ocorrerá em maio de 2013.

UMA BREVE INTRODUÇÃO AO UNIVERSO DE AFONSO ARINOS

Humberto Neiva

1) Palavras Iniciais

O sertão encerra muitos contrastes. Expressa a nudez da terra, a força de seu povo, a natureza mágica e mística, a mais pura realidade, a dura violência, a profunda miséria. É como o deus Janos: bifronte. Nesse

cenário, possibilita-se construir, no universo da arte e da literatura,

a expressão de uma nação e de tudo aquilo que ela oferece como

realidade criativa.

Nesse tecido, Arinos criou e permeou toda uma literatura, regional,

local, brasileira, com cheiro de terra, com um profundo amor à infância.

Mais do que isso, criou uma obra universal a partir de suas estórias e

personagens. Exerceu a escrita em seu mais alto teor.

2) A Família Melo Franco

O fundador da Família Melo Franco foi o português João de Melo

Franco, nascido em 1721 e tendo chegado ao Brasil, no Rio de Janeiro,

por volta de 1750. Em 1757, ele já residia em Paracatu, Minas Gerais. O

sobrenome Melo é de origem materna, família nobre, natural da região de Bucelas, ao norte de Lisboa. O sobrenome Franco é de origem paterna.

João de Melo Franco casou-se com dona Ana de Oliveira Caldeira,

sobrinha de Felisberto Caldeira Brant, com quem teve onze filhos, dos

quais apenas dois homens, o mais velho e o caçula. Foram seus filhos:

Francisco, Francisca, Maria, Rosa, Ana, Joana, Brígida, Beatriz, Bárbara

e Joaquim.

Francisco nasceu em Paracatu em 1757, e tornou-se muito conhecido

nos meios literários e científicos de Portugal e do Brasil, posteriormente.

Integra-se na História Literária e na História Científica de ambos os

países.

Contribuição importante de Francisco de Melo Franco para a ciência foi

a introdução da vacina contra a varíola. Também de grande valor é o

seu livro sobre puericultura, cabendo-lhe, por isso, o título de Primeiro

Puericultor do Brasil.

Joaquim de Melo Franco, o irmão caçula de Francisco, apesar de não

ter alcançado a notoriedade de seu irmão na vida brasileira nem na

portuguesa, é, para o assunto em questão, um dos mais importantes,

pois através dele vamos ter o ramo mineiro dos Melo Franco, sendo o

bisavô paterno de Afonso Arinos. Foi um sertanejo com grande atuação

na vida de sua terra natal, repercutindo até na Revolução de 1842.

Nasceu no ano de 1770. Apesar de Paracatu pertencer à Diocese de

Olinda e Recife, e Joaquim de Melo Franco ter chegado até lá para

alguns estudos preparatórios, necessários para o ministério sacerdotal,

foi ordenado sacerdote em Mariana, por provisão que concedia licença

ao Prelado dessa cidade e por encontrar-se candidato apto para receber

as ordens sacras.

Apesar de ordenado sacerdote, vestia batina apenas para a realização

dos atos oficiais na sua igreja. O sacerdócio não modificou as suas

atitudes de valente, político e brigador e de pai carinhoso, vivendo

com sua mulher e educando os seus filhos. Era chamado Vigário Melo

Franco.

Era casado com Maria Francisca Cunha Bueno, com a qual teve sete

filhos e uma filha, dona Antônia de Melo Franco, avó paterna de Afonso

Arinos. Dentre os seus filhos, três se transferiram para a Europa, onde

se educaram, formando-se todos em medicina: Manuel, Bernardo e

José.

Dona Antônia de Melo Franco casou-se com o tenente José Martins

Ferreira, sendo os avós paternos de Afonso Arinos. O casal teve sete

filhos, quatro homens e três mulheres, sendo Virgílio, pai de Afonso

Arinos, o mais velho, nascido 29 de agosto de 1839.

Virgílio adotara o nome de Virgílio Martins de Melo Franco, nome que

usou até o fim da vida. O motivo desta opção de Virgílio pela assinatura

materna deve estar no fato de, apesar de honrado o nome paterno, o

apelido da família Melo Franco já era de projeção, não apenas por causa

de seu tio-avô, mas também por causa de seu tio e padrinho Manuel.

Não foi somente ele quem mudara o nome, mas todos os outros irmãos

e irmãs, com exceção do mais moço, que conservou o apelido paterno.

Virgílio se casou com dona Ana Leopoldina Pinto da Fonseca, filha

de João Crisóstomo Pinto da Fonseca Júnior e de Franklina Pimentel

Barbosa, em Paracatu, no dia 3 de maio de 1867. Tiveram vários filhos,

com destaque para Afonso Arinos e Afrânio. Afrânio seguiu carreira

diplomática e foi Ministro das Relações Exteriores, considerado o

Estadista da República, pai de Afonso Arinos (sobrinho).

Afonso Arinos era o primogênito e nasceu no dia 01 de maio de 1868,

em Paracatu. Foi um menino criado longe das estufas e da educação

artificial dos grandes centros. Um menino como outro qualquer, da

sertaneja cidade. E misturava-se a todos os meninos e vivia a sua vida

de traquinices pelas ruas quietas da cidade quase centenária, que

não sabia o que fosse o mundo artificial da civilização ditada pelas

metrópoles. Vivia a sua vida à solta. Era um tipo dominante, destes que

hoje se cognominam líderes. Esta dominação sobre outros, Arinos a

levou vida afora.

Era um tipo andejo, aventureiro, impulsivo e sentimental. Sabia

comprazer-se com os fatos mais ínfimos da natureza. Aquelas primeiras

impressões de criança se gravaram profundamente em seu coração.

Apanhou a matéria fresca e úmida, e aí se gravou, e acompanhou o

homem para o resto de sua vida.

3) Uma Rápida Cronologia Biográfica

1868: Nascimento em Paracatu, Minas Gerais, em 01 de maio.

1885: Iniciou o curso de Direito em São Paulo.

1890: Vários trabalhos publicados.

1897: Assumiu a direção do “Comércio de São Paulo”

1901: Eleito sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico

Brasileiro. Eleito membro da Academia Brasileira de Letras.

1916: Falecimento em Barcelona, no dia 19 de Fevereiro.

4) Aspectos da Obra de Arinos

Arinos sempre procurou retratar o sertão de modo realista, sensível e de

coração aberto. O povo sertanejo era a outra parte onde sempre buscou

enfocar as qualidades, as contradições e os costumes dessa gente

humilde. O sertão e o seu povo, nesse binômio construiu uma literatura

dentro de um equilíbrio notável chamando a todos, através de seus

escritos, para um mundo novo, inexplorado e grande.

A natureza em sua obra é viva, não é segundo plano, é mais um

personagem na interação, se mistura aos humanos e forma um conjunto

único, que atua, que pulsa e que marca um ritmo firme na progressão da

narrativa.

Os buritizais, os jenipapeiros, os ingazeiros, os baruzeiros e outras

vegetações povoam os cenários de Arinos, testemunhos típicos da

região noroeste de Minas Gerais, demonstrando a pujança da natureza

local.

Tudo que se movimenta para ele tem uma sonoridade associada a uma

visão nua de uma paisagem primitiva e rude.

Um traço marcante na obra de Arinos é a presença do poético em sua

prosa e, em certos escritos, poderíamos denominá-los de poemas em

prosa, pois o poema é via de acesso ao tempo puro, imersão nas águas

originais da existência. “Buriti Perdido” representa o ponto mais alto

onde evoca a resistência às grandes intempéries e demonstra a força e

o caráter que persevera na natureza e no povo do sertão. Na palmeira

solitária que ergue aos céus as palmas tesas, ao centro da campina

verde, no mais simples gesto de súplica, Arinos vê “o poema vivo de

uma raça quase extinta”.

No sertão mineiro está presente em suas tradições o culto à Virgem

Santíssima. É um traço forte dos nossos ancestrais portugueses em

toda ,a região do Noroeste de Minas e arredores, indo até Goiás.

Encontra-se nos escritos referências a Nossa Senhora da Abadia do

Muquém, centro de Goiás, cuja origem era Abadia do Muquém um

quilombo nos tempos da Capitania. Muquém é uma grade de madeira

para receber a carne que deverá ser assada em braseiro. É um local de

famosa romaria a qual se destina uma vasta população da região, todo

ano.

As festas típicas, folclóricas, os tipos de habitantes, as construções,

tudo isso permeia a obra de Arinos e tem em seus escritos um encanto,

mas deixa no autor um certo desalento, como no trecho: “Nesta nossa

terra, onde as tradições tão depressa se apagam, tão cedo esquecem

as velhas usanças – o encontro, muito raro, de algum objeto antigo tem

sempre para mim alguma coisa de delicado e comovente.”

Arinos foi, por vezes, criticado quanto à escrita com forte influência

clássica, afastando muitas vezes de um linguajar próprio local,

contrastando com a paisagem e a natureza sertaneja. Na verdade,

a pretensão de Arinos era maior, objetivava a abrangência, a

universalidade, queria uma linguagem que todos entendessem e que

suas estórias e personagens integrassem um conjunto único, harmônico

e de grande densidade poética.

5) Relação das Principais Obras

Pelo Sertão – contos (1898)

Os Jagunços – contos (1898)

Notas do Dia (1900)

O Contratador de Diamantes – drama (póstumo, 1917)

A Unidade da Pátria (póstumo, 1917)

Lendas e Trtadições Brasileiras

Conferências Literárias

O Mestre de Campo

Histórias e Paisagens (póstumo, 1921)

Ouro, Ouro (inacabado)

6) Palavras Finais

É inegável que Afonso Arinos iniciou na literatura brasileira o gênero

regionalista, pois toda a vivência do sertão, durante a sua infância e

adolescência em Paracatu, e na fase de seus primeiros estudos em

Goiás, marcaram profundamente a sua alma sertaneja, o amor pela sua

terra, e a devoção para com sua pátria. Toda a experiência vivida no

exterior, curiosamente, serviu para aguçar e reforçar o sentido universal

de seu regionalismo. Soma-se a tudo isso a sua grande cultura, com

forte traço humanista.

Arinos viveu numa época, final do Século XIX e início do Século XX,

quando a literatura brasileira buscava uma identidade numa nova

corrente realista, a monarquia agonizava e prenunciava a república, a

industrialização no mundo mostrava sua força caracterizando um novo

momento na relação capital e trabalho, a escravatura se extinguia e

ganhava corpo o exercício dos direitos humanos e da cidadania.

A partir desse ambiente transformador, Arinos nos trouxe uma literatura

genuína, extrai o que há de mais puro em nossas raízes e reforça

uma identidade local, nacional, com amplitude de valores. Daí a sua

universalidade, quando apresenta a todos nós a grandeza que somos

enquanto seres humanos e como podemos interagir com o nosso meio

ambiente, de forma ativa, numa relação da mais nobre igualdade. Ele

foi mais longe, provou que essa relação é de amor, é de alma, é de

devoção, é de profunda humildade perante à imensidão desse universo

que nos foi concedido.

Termino essa pequena introdução ao universo arinense com os trechos

iniciais e finais do poema-prosa Buriti Perdido:

“Velha palmeira solitária, testemunha sobrevivente do drama da

conquista, que de majestade e de tristura não exprimes, venerável

epônimo dos campos!

No meio da campina, de um verde esmaiado e merencório, onde

tremeluzem às vezes as florinhas douradas do alecrim do campo,

tu ergues altaneira, levantando ao céu as palmas tesas, – velho

guerreiro petrificado em meio da peleja!

Tu me apareces como o poema vivo de uma raça quase extinta,

como a canção dolorosa dos sofrimentos das tribos, como o hino

glorioso de seus feitos, a narração comovida das pugnas contra

os homens de além!

Por que ficaste de pé, quando teus coevos já tombaram?

Se algum dia a civilização ganhar essa paragem longínqua,

talvez uma grande cidade se levante na campina extensa que

te serve de soco, velho Buriti Perdido. Então, como os hoplistas

atenienses cativos em Siracusa, que conquistaram a liberdade

enternecendo os duros senhores à narração das próprias

desgraças nos versos sublimes de Eurípedes, tu impedirás,

poeta dos desertos, a própria destruição, comprando teu direito

à vida com a poesia selvagem e dolorida que tu sabes tão bem

comunicar.

Então, talvez, uma alma amante das lendas primevas, uma

alma que tenha movido ao amor e à poesia, não permitindo a

tua destruição, fará com que figures em larga praça, como um

monumento às gerações extintas, uma página sempre aberta de

um poema que não foi escrito, mas que referve na mente de cada

um dos filhos desta terra.”

FONTE: www.festivalsagarana.com.br

06/11/2012

PORTAL DA TRANSPARÊNCIA FORMOSENSE é transformado em jornal REPÓRTER MARCO TRIJUNÇÃO.

A partir de hoje, 6 de novembro de 2012, o nosso jornal PORTAL DA TRANSPARÊNCIA FORMOSENSE, muda de denominação. Passa a se chamar jornal REPÓRTER MARCO TRIJUNÇÃO. Mudaremos nosso enfoque editorial passando a produzir e divulgar informações não só sobre Formoso-MG, mas também sobre outros municípios que estão localizados na sub-região MARCO TRIJUNÇÃO, território que reúne municípios de Minas Gerais (Formoso, Buritis, Arinos e Chapada Gaúcha), municípios de Goiás (Sítio d'Abadia, Damianópolis, Mambaí...) e municípios da Bahia (Cocos e Jaborandi).

Mas nossos compromissos continuam os mesmos: seguir aquilo que era um princípio fundamental na filosofia e na prática de vida de Mahatma Gandhi, o que ele chamava de SATYAGRAHA (que em sânscrito significa "firmeza na verdade").

Nosso jornal PORTAL DA TRANSPARÊNCIA FORMOSENSE fora fundado por Xiko Mendes no dia 9(nove) de janeiro de 2010 quando colocamos em circulação a edição nº: 01. Hoje, passados exatamente dois anos e dez meses, mudamos sua denominação para melhor servir você, que diariamente nos acessa e confia nas informações que divulgamos.

Contem sempre conosco! Estaremos sempre ao lado da verdade como sempre estivemos.

Viva a Ainsa! Viva a verdade!
Boa leitura!

ONG UNIFAM

XIKO MENDES quer criação da RIDE MARCO TRIJUNÇÃO.

Pacto Bagominas – Proposta de criação de uma RIDE Marco Trijunção

1 – INTRODUÇÃO

As RIDE – REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO são áreas territoriais criadas mediante aprovação de lei federal e que buscam promover o desenvolvimento de municípios que pertençam a diferentes unidades da federação.

Em sintonia com as recentes mudanças no cenário nacional e internacional, em que o Estado deixa de ser o provedor absoluto de bens e serviços públicos e responsável único pela promoção do desenvolvimento econômico e social, e passa a adotar estratégias de descentralização, novos atores e arranjos institucionais começam a participar do processo de desenho e implementação de políticas públicas.

Além disso, a Constituição Federal de 1988 avançou no sentido da descentralização e participação da sociedade civil e, ao tratar da regionalização, permitiu a articulação da União (governo federal) sobre complexos geoeconômicos e sociais, com vistas ao desenvolvimento regional e à redução das desigualdades.

Nesse contexto, foram criadas as Regiões Integradas de Desenvolvimento - RIDES, como mais uma forma de construção de redes de cooperação. Por envolver municípios de mais de uma Unidade da Federação, a RIDE é uma forma de ação mais ampla que a prevista nas Regiões Metropolitanas.

As RIDEs têm como objetivo articular e harmonizar as ações administrativas da União, dos Estados e dos Municípios para a promoção de projetos que visem à dinamização econômica de territórios de baixo desenvolvimento e assim, acabam conseguindo prioridade no recebimento de recursos públicos destinados à promoção de iniciativas e investimentos que reduzam as desigualdades sociais e estejam de acordo com o interesse local consensuado entre os entes participantes; esse consenso é fundamental, pois a criação de uma RIDE envolve a negociação prévia entre os estados envolvidos sobre questões como os limites e municípios da região, os instrumentos necessários, os objetivos e a adequação às necessidades específicas de gestão.


Os recursos públicos destinados às RIDEs visam promover o seu desenvolvimento global e se destinam a: sistema viário, transporte; serviços públicos comuns; geração de empregos e capacitação profissional; saneamento básico; uso, parcelamento e ocupação do solo; proteção ao meio-ambiente; aproveitamento de recursos hídricos e minerais; saúde e assistência social; educação e cultura; produção agropecuária e abastecimento alimentar; habitação popular; combate a causas de pobreza e fatores de marginalização; serviços de telecomunicação; turismo e segurança pública.

As RIDEs contam com um Conselho Administrativo da Região Integrada de Desenvolvimento (COARIDE) para coordenar e decidir sobre a execução de programas e projetos de interesse da Região Administrativa. Seus membros são representantes da União, estados e municípios integrantes. A lei de criação prevê um Programa Especial de Desenvolvimento para a Região Integrada, com as ações de desenvolvimento, os instrumentos para tratar dos serviços e tarifas comuns, e o envolvimento institucional, com as parcerias entre o setor público e a sociedade civil.

2 – A RIDE Marco Trijunção

A Ride-Marco Trijunção é uma proposta criada pelo historiador Xiko Mendes, que a inseriu na página 192 do seu livro “Idéias para um novo projeto de cidade em Formoso de Minas”, Unifam, edição 2007. Basicamente, a proposta visa agrupar os municípios que ficam na fronteira entre Bahia, Goiás e Minas Gerais (Bagominas) numa nova configuração territorial que busque promover o desenvolvimento local integrado sustentável dessa região que envolve pequenas cidades como SÍTIO DA ABADIA-GO, FORMOSO-MG, COCOS-BA, entre outras. Esses municípios se localizam numa região de ecótono (encontro entre o Cerrado e a Caatinga) e apresentam características e problemas comuns. Daí o motivo que justifica agrupá-los com a finalidade de reduzir as desigualdades regionais, buscando dessa forma estreitar as relações institucionais entre Governos Federal, estaduais e municipais, por meio de projetos estratégicos e programas que melhorem a qualidade de vida da população que vive nessa trijunção entre as regiões SUDESTE (MG), NORDESTE (BA) E CENTRO-OESTE (GO).

ONG UNIFAM

Fonte: www.mi.gov.br

 

03/11/2012

FORMOSO-MG É PARTE DA MESORREGIÃO DE ÁGUAS EMENDADAS, mas não tem nenhum benefício vindo da SUDECO.

Formoso é parte integrante da MESORREGIÃO DE ÁGUAS EMENDADAS, um programa da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (aprovado pelo decreto federal 6.047 de 22.2.07), que é gerenciado pelo Ministério da Integração Nacional (www.mi.gov.br).

Mas, infelizmente, Formoso não recebe nenhuma verba dos programas federais executados ou destinados aos 99 municípios da MESORREGIÃO citada.

Exemplos: atualmente há um programa de Piscicultura da MESORREGIÃO ÁGUAS EMENDADAS que está beneficando vários municípios de nossa região como: Arinos, Buritis, Chapada Gaúcha, Paracatu, Riachinho e Urucuia. Mas Formoso está fora desse programa. Outro exemplo é o APL (arranjo produtivo local) que destina verbas para artesanato em nossa região do vale do rio URUCUIA. De novo, Arinos, Chapada Gaúcha, Riachinho e Urucuia são beneficiários dessas verbas; e nosso município, outra vez, foi marginalizado.

É por isso que sempre se pergunta: por que o povo de FORMOSO não escolhe candidatos nas eleições, que tenham conhecimento e seja qualificados politicamente para construir debates como este e "correr" atrás de projetos e verbas em Belo Horizonte e em Brasília?

Será que os nove vereadores eleitos agora em 2012 (apenas 3 são novatos) vão mudar essa realidade? Ou vai deixar que a responsabilidade por governar FORMOSO seja somente da nossa prefeita eleita, NENA MARCHESE (PMDB)?

Eis a questão para se (re) pensar e ver o que faremos daqui até a próxima eleição municipal, em 2016.

ONG UNIFAM

02/11/2012

ACORDA FORMOSO!

Passadas as eleições municipais, tudo é silêncio em Formoso. O marasmo tomou conta das ruas, das praças, dos bares e dos recônditos portadores de segredos, alegrias ou tristezas. Nada é dito a não ser para glorificar quem ganhou ou lamentar quem perdeu. Nada mais.

Mas onde está a Esperança que tanto moveu sonhos, desejos e corações de militantes cabos eleitorais? Onde está o povo que tanto vibrou nos comícios?

Democracia no Brasil é assim: é que nem copa do mundo até o nosso país perder aquele jogo decisivo e sair do campeonato. Mas a Democracia devia ser o regime político dos que se mantêm seremos, participativos e exigentes. É dessa democracia que estamos precisamos no Brasil, sobretudo em grotões esquecidos pelo Estado, como é o caso de Formoso e de tantas outras cidadezinhas anônimas e perdidas no mapa de nosso país.

Acorda Formoso!

ONG UNIFAM