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30/01/2013

ONG UNIFAM assessora criação de ASSOCIAÇÃO COMERCIAL EM FORMOSO-MG.

A ONG UNIFAM apoiou a criação da ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE FORMOSO-MG (ACIF). Nosso Tesoureiro XIKO MENDES comandou a elaboração do estatuto e demais documentos e presidiu a reunião de fundação nessa segunda, 28 de janeiro, no plenário da Câmara de Vereadores de Formoso.
 
Essa é a Direção eleita:
 
PRESIDENTE

ELISMAR LUIZ PEREIRA

VICE PRESIDENTE

VILMAR ORNELAS FILHO

1º SECRETÁRIO

JACIELY DE SOUZA ARAÚJO ORNELAS

1º TESOUREIRO

ELIELMA ANDRADE MAGALHÃES

DIRETOR DE SERVIÇOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO

SILVANIO BARBOSA DOS SANTOS.

CONSELHO DELIBERATIVO:

PRESIDENTE

EDUARDO BRAZ HOCKMULLER

SECRETÁRIO

IDARCI DA ROCHA RAMOS

 

MEMBRO EFETIVO

CLEUDIANO FERNANDES BRITO

CONSELHO FISCAL:

NADILTON PEREIRA DE ORNELAS

GILBERTO COELHO DE OLIVEIRA

CARLOS JOSÉ DE SOUZA.

26/01/2013

MARCO TRIJUNÇÃO


Região do Marco Trijunção: 
a Ilha Bagominas

Xiko Mendes

Celebremos a união e nossa paz.
Exaltamos a amizade com Minas.
Relembramos que Bahia e Goiás,
São coirmãos de terras vizinhas.

Vamos juntos rever na memória
Que somos um só povo na região.
Temos em comum nossa História
E a Cultura do Marco Trijunção.

Precisamos reintegrar a fronteira
Que separa Mineiros de Goianos;
Mas, antes, afirmar com certeza
Que nós somos filhos de baianos.

Na trijunção com as Minas Gerais,
Bem no centro desse grande país,
O estado da Bahia com o de Goiás,
Formaram um só povo muito feliz.

Entre veredas e imensos chapadões,
Nas duas vertentes da Serra Geral,
Em lugares belíssimos nesses rincões,
Fica um mundo de belezas sem igual.

É o mundo do nosso Marco Trijunção!
E o seu território é a nossa maravilha,
Mas que necessita de muita integração
Na fronteira entre Minas, Goiás e Bahia.

Com terras férteis e águas cristalinas,
E com potencial para o crescimento,
O que falta é unir a Bahia com Minas,
E com Goiás buscar o desenvolvimento.

Somos Bagominas, uma pequena ”ilha”,
Sem mar e bons meios de transporte;
Está na hora dos políticos em Brasília
Valorizar a periferia dessa metrópole!

Enquanto não houver a interiorização
Do nosso território e de suas fronteiras,
O desenvolvimento do Marco Trijunção
Será sempre a maior de nossas bandeiras.

Nós queremos que todos os brasileiros
Conclamem nossa união com os goianos,
E fazendo também com que os mineiros
Se juntem conosco unindo-se aos baianos.


Só assim veremos que nossa integração
Vai trazer o verdadeiro desenvolvimento.
E, assim, progredindo o Marco Trijunção,
Vamos avançar para sair desse isolamento.

Quando melhorarem a nossa acessibilidade,
Vamos celebrar quanto a nossa paz e união
Vai fortalecer o sentido da nacionalidade,
Integrando o Brasil com o Marco Trijunção.

25/01/2013

NENA MARCHESE DÁ ENTREVISTA EM RÁDIO INFORMANDO OS PROBLEMAS DA GESTÃO ANTERIOR.

A Prefeita de Formoso, Maria Domingas Marchese, proferiu longo pronunciamento ao Povo Formosense nas ondas da RÁDIO COMUNITÁRIA FORMOSO FM pontuando os principais problemas deixados pelo ex-prefeito Luizinho Silva, e indicando as primeiras medidas tomadas pelo novo governo.
 
ONG UNIFAM

15/01/2013

Poemas do livro O MENINO DA CAPUAVA, do escritor XIKO MENDES.


Um Professor indignado com os malditos “Anjos de Azul”

Política! TUDO POLÍTICA, e potentes CHEFIAS (...)”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 94.

Xiko Mendes

Eles vêm à sorrelfa no meio da noite;

São íncubos: sugam neurônios e axônios;

Fazem apologia da ignorância e da cleptocracia;

Detestam gente que tem consciência política.

A Política, para eles, é a arte de matar cérebros.

Uns fingem ser amigos da gente;

Só para nos cooptar.

Quando vêem que alguns de nós

Colocam as convicções acima dos cargos,

Dos subornos e da troca de favores,

Aí se afastam, nos retaliam.

Na pedagogia desses malditos Anjos de Azul

Quem não reza na cartilha chapa branca

É transferido de escola ou até de cidade;

É vítima de perseguição política.

A “Justiça” é a deles!

Não há critérios na tomada de decisões;

O critério é ser “amigo do rei”.

Adversários não têm direito de defesa!

Odeiam Professores que questionam muito,

Que não reproduzem a ideologia burguesa do

Livro Didático Preto ou Azul.

Amam professores alienados,

Que trazem esquemas prontos, decorados;

Que brigam para dar aulas sempre nas mesmas turmas.

Sabem por quê?

A Alienação transforma o Homem

Porque retira dele o direito de ser ele próprio.

Fui condenado por eles a sempre mudar de escola.

Dizem que sou “maluco”, falo demais, questiono demais!

Mas adoro ser louco.

A Loucura é o Suspiro da Razão!

Só os loucos não furam greve;

Só os loucos recusam as bênçãos dos Anjos de Azul!

Só os loucos fazem cumprir a profecia de Paulo Freire:

A Leitura do Mundo precede a Leitura da Palavra”.


Aos Fascistas camuflados de Democratas

“Não obedeço ordens de CHEFES POLÍTICOS (...)”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 243.
 
Xiko Mendes
Quem é o PODER?
Sou aquele que quer nas próprias mãos
A chave do Tempo.
Sou a solidão anônima e recalcada,
A chantagem mistificada,
Que te iludiu com promessas de liberdade,
Mas se revela com atitudes amargas.

Sou o Poder insano (insípido), que quer
Controlar o seu tempo
Para sorrir,
Para pensar,
Para agir,
Para dizer,
Para trabalhar...

Sou o Poder míope que prega a democracia,
Mas só edifica barricadas.
Que quer o grito da multidão
Com o direito de manipular
A sua omissão,
A sua voz,
O seu silêncio,
Os seus sentimentos...

Sou um estranho que não se encontra consigo
Mesmo, um desconhecido que se faz conhecer
Como (a prostituição do) PODER
Patife, perdulário, pedante, paritário,
Pedagógico, pegajoso, parceiro, pretensioso,
Pirotécnico, piegas, plural, persuasivo, perigoso,
Putrefato, pateta e pacato.

Esta é a Autobiografia do PODER

Míope, insano, insípido:
É o Nada que se impõe.
É o todo que se decompõe.
É o medo disfarçado de coragem.
É um monólogo sem mensagem.
É a ilusão de ótica que se desfaz
Quando você reage.

Ainda é tempo de sorrir, pensar, agir, dizer
E LUTAR, LUTAR, LUTAR...

Vozes Participantes

“Aquele POVO estava sempre misturado, todo o mundo. TUDO ERA FALADO A TODOS, do comum: às mostra, às vistas”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 145.

Xiko Mendes

De quem é a Voz que fala?

É a do aluno que colabora
E quer espaço para dizer:
Gostaria de uma escola
Que nos desse PRAZER”.

De quem é a Voz que fala?
É a da Professora Liberdade que
Não se omite, questiona e ensina:
Quero uma escola sem muralhas
Nem esquina”.

De quem é a Voz que fala?
É a dos servidores dedicados
Que trabalham e às vezes reclamam,
Mas fazem da escola...
O espaço que a Gente ama!

De quem é a Voz que fala?
É a dos pais que fazem vigília,
Acompanham e aconselham o filho:
Sua escola não é uma ilha!
Exija a presença da Família!”.

De quem é a Voz que fala?
É a de quem se identifica.
Nunca se cala!
É a de quem critica,
Mas colabora!

É assim que queremos a Escola:
Onde a unanimidade não é importante,
O prazer não será sonho distante
Se nos transformarmos (agora!), em
VOZES PARTICIPANTES.


Dialética de um Projeto Político-Pedagógico

Pensa limpo. Pensa limpo (...). Pensar mal é fácil porque esta vida é embrejada. (...)”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 124.

Xiko Mendes
A escola que eu sonhei
Tinha tudo para dar certo.
As boas idéias que imaginei
Escrevi todas no “meu projeto”.

Mas a escola que eu sonhava
Não alcançou nenhum progresso.
As pessoas em que acreditava
Impediram o seu sucesso.

Muito tempo levei sonhando.
Por que tamanho descrédito?
E as razões fui encontrando.
O fracasso vi de perto.

A escola que era do meu sonho
Seria como um oásis no deserto.
Mas, como a água, a voz do Homem
Era indispensável para dar certo.

Hoje, a escola que eu sonharia
Com certeza daria certo.
Não sei como ela seria.
O caminho deixo aberto.

Quem sabe agora sonharemos
Com um modelo bem concreto...?!
Porque juntos... todos poderemos
Erguer a Escola donosso Projeto”!

O voto é que muda a História!

(Manifesto pela Ética na Política em Defesa da

Criação de Comitês Populares de Combate à Corrupção nos Municípios).

O senhor releve e tolere estas PALAVRAS MINHAS DE FÚRIA”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 162.

 

Xiko Mendes

Olho "A Cidade" entristecido;

Revoltado com tanta Roubalheira.

Lamento que o Poder corrompido

Arrasou a Prefeitura inteira.

Não pode o Povo, que vota e decide,

Deixar que continue dessa maneira

O rombo, as maracutaias, o nepotismo...!
Justiça Local não tem. A Impunidade
Oficializou no Governo a Corrupção.
Sem Fiscal, o Prefeito rouba “A Cidade

Enriquecendo-se com tanta extorsão

De verbas públicas da Municipalidade
Alienada pela desinformação...;
Silêncio!!! Medo do abuso de autoridade!
Isto é o que acontece...
Lá num Município distante.
Você, que é Eleitor, conhece
Aonde fica a terra desse Governante?
Fica bem pertinho daqui.
Olhe no Mapa do país onde mora:
Repleto de corruptos por aí
Mandando e roubando agora!
Organize-se! Lute! Vote! Ponha pra fora!
São Corruptos Impunes! Tire-os daí !?!
O VOTO É QUE MUDA A HISTÓRIA !!!  




Carta Aberta de um Patriota ao Povo

TRAIÇÃO? (...). Quase tudo que a gente (...) deixa de fazer, não é, no fim, traição? (...)”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 156.

Xiko Mendes

Oficialmente “Ele” – o Canalha – se considera
Rei Absolutista e Proprietário da Cidade,
Líder de um Feudo decante onde impera
Analfabetismo, desemprego, falta da Verdade!
Nenhum progresso dele o Município espera.
Democracia? Amor? Justiça? Só a Maldade
Orienta-lhe a exploração política da Miséria!
Jurando governar em benefício da Pobreza,
Organiza festas, distribui favores e sinecuras.
Sentindo-se na plenitude de sua falta realeza,
É o Maior Corrupto que já assaltou a Prefeitura!
Despótico, mas hábil em falsos afagos e ternuras,
Aproveita-se disto para destilar sua Malvadeza!
Sacramentou, no Governo, o reino do Nepotismo!
Instalou a Canalhocracia em todo o Município!
Locupleta-se do Erário sob a aura do Populismo
Vendendo Promessas e, com o voto de cabreto...,
Autoproclama-se Rei manipulando um Povo sofrido!



Anti-epistemologia do Áspero Ofício


O senhor ache e não ache. (...)”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 5.


Xiko Mendes

Tudo o que falo, você sabe, mas se irrita.
Muito do que penso é possível de se dizer.
E ninguém diz com medo de usar a escrita!
Por isto eu te peço: Mestre, quero escrever!

Muita coisa que vejo é boa, e outras malditas.
Só acho que se é ou não agradável de se ver.
Por que, então, muitas delas deixam de ser ditas?
Eis aqui meu apelo: Mestre, eu preciso escrever!

Muito do que sinto pode até mesmo assustar você.
E por isto muita gente te convence: Eu não direi
Tudo o que penso, tudo o que sinto, tudo o que sei!

Fui ensinado a falar a Verdade, doa a quem doer,
Que será sempre Verdade, independente do que sinto.
É por isto, Mestre, que escrevo: É porque não minto!


Auto-retrato de um Professor na Aula Inaugural

De tudo não falo. Não tenciono relatar ao senhor minha vida em dobrados passos; (...). Quero é armar o ponto dum fato, para depois lhe pedir um conselho (...)”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 187.

Feliz tenho certeza que sou;
Realizado com tudo o que faço.
Amando sem censura eu vou
Navegando contra o fracasso;
Correndo contra obstáculos;
Indignado contra a injustiça;
Sou um Rebelde Libertário
Construindo sem preguiça
Os caminhos ao contrário...
Da maioria das opiniões
Absurdas e sem outras visões!
Penso de forma eclética.
Antes, porém, digo logo:
Zelo pela DIFERENÇA!
Minha opinião é dialética;
Ensina a cada um essa Verdade:
Negue sempre a Unanimidade!
Dedique-se, vigilante, à Ética!
Em defesa da Sinceridade
Sou inimigo mortal da falsidade!
Desde que nasci vivo assim:
Escolhendo uma rota sem fim!
Sei que muitas pessoas
Olham isto com descrença.
Usando, porém esta certeza:
Ziguizaguear, feliz, com LIBERDADE!!
Aí encontro minha DIFERENÇA!!!


AUTO – RETRATO

(...). Tudo é e não é (...)”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 5.

Xiko Mendes
Não serei o Cicerone da Necrópole.
Não escrevo como Profeta da Certeza
Com a ambição de ser Imortal nem
Com a pretensão de ser o
Cronista do Subúrbio transformado em
ORÁCULO DE MINERVA.
Mas apenas para testemunhar à POSTERIDADE
As inquietações contemporâneas de um
SER NO LABIRINTO, angustiado pela DÚVIDA,
PLENITUDE DE SUA LIBERDADE, cujo
Drama Existencial da Vida, enquanto dure,
É a sua única eternidade possível.

Talvez, plantarei árvores.
Quem sabe deixarei filhos.
Uma biblioteca? Um álbum?
Um Museu da Municipalidade?
não escreverei livros
Para ser ETERNO!

O Mundo Inteligível é o Reino da Minha MATÉRIA.
E a EXISTÊNCIA, uma corrida contra o Tempo
Onde cada minuto que vivo
(Intensamente...)
É A ETERNIDADE DO INSTANTE.

VIVA O MOMENTO!!!


Cicerone da Necrópole
(Testamento-manifesto de um Profeta neurótico e moribundo
na véspera de seu apocalipse existencial)

O senhor ali não tem mãe, não vê que a vida é só brabeza (...). JAGUNÇO é isso (...): comer, beber, apreciar mulher, brigar, e o fim final. (...). O senhor não duvide – tem gente, neste aborrecido mundo, que mata só para ver alguém fazer careta (...). (...) as ruindades de regra que executavam em tantos pobrezinhos ARRAIAIS: baleando, esfaqueando, estripando, furando os olhos, cortando línguas e orelhas, não economizando as crianças pequenas, atirando na inocência do gado, queimando pessoas ainda meio vivas...”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 182, 44, 5, 38.

Xiko Mendes

Se houver amanhã...
Dispensarei necrológios.
Quero viver o momento presente.
Quero ser um niilista comprometido em
Reconstruir o Universo do Nada.
Quero, antes, amar todas as pessoas discriminadas
E, com elas, lutar contra a Hipocrisia
E o submundo dos excluídos do Poder e da Dignidade.

Quero navegar neste mar de incertezas,
Que é a nossa própria Existência.
Quero circunavegar o espaço cósmico do Caos.
Visitar outras galáxias.
Conversar com os Querubins.
Enviar mensagens de paz para as Crianças.
Viver novamente o esplendor da Infância.

Quero liderar uma revolução idiossincrática,
Sem armas bélicas nas mãos,
Para pregar a IGUALDADE DOS HOMENS,
A JUSTIÇA,
E para libertar o Mundo do FANATISMO
(Superstições e crendices).
Quero destituir do Poder
Os Reacionários Fascistas e,
No lugar deles, conclamar o POVO para
Eleger Governantes Democráticos.
E resgatar a ESPERANÇA!

Quero reeducar minha Consciência Antilógica.
Ser um Mensageiro do Paradoxo.
Defensor perpétuo da Liberdade de Expressão.
Quero eliminar a Censura;
Semear a TOLERÂNCIA para evitar o ÓDIO
E superar as limitações fatalistas
Impostas por quem faz
A Apologia do PECADO.
Quero desafiar de frente a Cara Suja da Morte
Com o rosto cheio de lágrimas
Depois de se desvendar o Mito da Eternidade!
Mas, antes, quero sonhar com a idéia de que
VALE A PENA VIVER!
(E eu gostaria de VIVER AQUI
ETERNAMENTE).

A Terra é o meu Único Lugar!
Um Paraíso que ainda espera,
Adormecido, pela nossa
Regeneração coletiva
(Anti-messiânica!).
Ou pela nossa Extinção Coletiva
(Anti-apocalíptica!).

E SE NÃO HOUVER AMANHÃ...?!
Quero me apropriar do
DIREITO À LIBERDADE DE MORRER,
(Rápido e silenciosamente)
Como um CÉTICO AGNÓSTICO!

Como um Profeta do Livre-arbítrio dial-ético,
Sem discussões metafísicas...
Sem preocupações escatológicas...
Sem lamentações de velório...
Sem marchas fúnebres...
Sem discursos laudatórios...
Sem dizer sequer
Um A-Deus...
Para mim? Para você?
Para ninguém!!!

MORREREI COMO UM PÁSSARO que
Pousou na ÁRVORE DA PRÓXIMA ESQUINA
Para mais um Repouso no Berço da DÚVIDA.

Quando tentar acordar,
Quero ter sido assaltado por
Um sono maravilhosamente
Profundo e letal onde NÃO MAIS
SERÁ POSSÍVEL DIZER NADA.
Mas você fará por mim (?)
A leitura deste EPITÁFIO:

Cortaram-lhe as asas,
Que ERAM PALAVRAS, porta-vozes de
Seus Questionamentos Ontológicos!
Seqüestraram-lhe o seu Guia Turístico:
A LIBERDADE!

Roubaram-lhe seu Roteiro Autobiográfico
Impedindo-o de continuar voando...
Voando... na imensidão cronometrada
Deste Breve Espaço de Poucos Segundos,
Que é a VIDA, sob o impacto saudável e
Angustiante da (anti) MATÉRIA!

Impossibilitaram-no de escrever
Na superfície azul do céu interplanetário
Seu Último RELATO CÍNICO:
Um Testemunho Póstumo de que ali,
Na frente dos Olhos Abertos de
Deus, (o LOGOS?), acabava de ter descoberto
O Único Tesouro do CETICISMO Existencialista,
A Única VERDADE suprema e definitiva do Homem:
A MORTE!”.


Nossa Face Incognoscível

... EU PENSO: seria o caso de pessoas de fé e posição se reunirem, em algum apropriado lugar, no meio dos GERAIS, para se viver só em altas rezas, fortíssimas, louvando a Deus, e pedindo glória do perdão do Mundo (...). DEUS EXISTE MESMO QUANDO NÃO HÁ (...). E da existência desse (o DIABO) me defendo, em pedras pontudas, ajoelhado, beijando a barra do manto de minha NOSSA SENHORA DA ABADIA! Ah, só Ela me vale; mas vale por um mar sem fim.... (...). (...) Ou foi que minha NOSSA SENHORA DA ABADIA mandou que assim tivesse de ser? (...). Eu queria formar uma cidade da religião. Lá, nos confins do Chapadão, nas pontas do URUCUIA (...)”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 46, 263, 410, 271.

Xiko Mendes

Um Olhar compenetrado se dirige,
Fixo e transcendental, ao Espelho:
QUEM É DEUS?
É o Mistério do Universo (??)!!

O dia em que a CIÊNCIA
Conhecer todos esses mistérios,
Os Cientistas poderão
Fazer uma Pergunta Diferente:
Agora, ONDE ESTÁ DEUS?

Alguns AGNÓSTICOS ficarão em Silêncio.
Outros responderão:
DEUS ESTÁ DENTRO DE VOCÊ,
Que é a Beleza Misteriosa do Mundo (!)
E... A DÚVIDA MAIOR DO HOMEM!

Propedêutica de Autodidata

O senhor mire e veja: o mais importante e bonito do Mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando (...). É o que a vida me ensinou (...)”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 15.

O SÁBIO não é aquele

Que te indica o caminho;
Mas o que te dá como novo endereço
Uma Encruzilhada, pois é ali
Entre a Rua da Dúvida e a
Rua da Liberdade,
Que você definirá a nova rota de seu Destino.

Lá você perceberá que na Vida
Não há Destino.
O que há são travessias, atalhos, labirintos...
Como nas teias da aranha ou entre penumbras,
É na Encruzilhada que a gente
Vai contruindo a si mesmo...
Na Estrada da Sapiência Anti-teleológica,
No cruzamento das antíteses,
Na esquina das contradições,
No acostamento da pista sem
Parada obrigatória!
Sozinho!
Sem talismã, sem totem, sem fetiches...
O Destino sou Eu!
Sou Discípulo de Mim Mesmo!

Viagens às Fronteiras do Universo

Desespero quieto às vezes é o melhor remédio que há (...). As HORAS é que formam o LONGE (...)”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 521, 131.

Se algum dia

Sonhei com o Impossível,

Acreditem: foi porque quis
Beijar as estrelas,
Seduzir as flores,
Assustar o vento,
Passar as mãos na superfície dos céus...
E ainda não desisti porque
Tenho apenas um sonho:
O de abraçar o Infinito!

Antes que tudo nos pareça
Se aproximar do Fim;
Que as estrelas sejam sugadas por buracos negros;
Que as flores murchem antes que acabe a primavera;
Que o vento leve o último desejo de mim;
Que os céus desabem sobre o teto da minha Existência...
Meu percurso em torno do Infinito
Ainda será menor
Que a distância entre as reações de um pessimista
E a minha ESPERANÇA!

VIDA: Insolvente ou Inadimplente?

Quem DESCONFIA, fica SÁBIO (...)”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 117.

Xiko Mendes

Todo Homem vive
Entre a dú-VIDA
E a dí-VIDA:
A primeira liberta-o;
A segunda, aprisiona-o.
Mas o devedor não tem saída.

Quem dú-VIDA
Não se endi-VIDA
Porque sabe que a VIDA
É mais digna...
Se for vi-VIDA
Sem a dú-VIDA
Sobre a dí-VIDA.

Quem endi-VIDA
É porque dú-VIDA
Do fato de que a VIDA
Não é digna...
Quando vi-VIDA
Com o peso da dí-VIDA
Sobre a dú-VIDA.

E, assim, eis a questão
Nesta Encruzilhada da VIDA:
Ou o devedor se escraviza
Como Prisioneiro das dú-VIDAS;
Ou se desumaniza se...
Não for um bom
Pagador das dí-VIDAS!

Aos Formandos de Licenciatura em Letras

Olhe: o que devia de haver, era de se reunir os SÁBIOS, POLÍTICOS, CONSTITUIÇÕES gradas, fecharem o definitivo a NOÇÃO...”.
Trecho da fala de Riobaldo Tatarana se apresentando aos leitores como narrador-personagem; In: ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 7-8.
Xiko Mendes

Educar nunca é um ato solitário,
Estático ou dissociado da realidade.
Educar, antes de tudo, é nos depararmos com
O estranho, o desconhecido e o inesperado.
Educar é um desafio permanente contra o
Conformismo daqueles que se acomodam e
Não se reciclam ou daqueles que acreditam
Em verdades supostamente inquestionáveis
Por temerem a curiosidade pela descoberta.

Educar...
É ter sempre um encontro marcado com a
Dúvida e com a liberdade, instrumentos
Geradores da criação de conhecimentos
Dinâmicos e úteis para a Humanidade;
É tomar consciência do Mundo, e das suas
Diferenças sociais e comportamentais.

Educar...
É ser ousado para provocar rupturas com
Fórmulas viciadas de ensinar, com discursos
De vanguarda sem perspectivas inovadoras.
É lançar-se diante de novos horizontes para
O despertar de uma sociedade mais pluralista,
Mais justa, solidária e autocrítica.

Educar, enfim, é um eterno amanhecer
Como o nascer do Sol nas colinas da montanha,
Como o desabrochar das flores na
Primavera dos sonhos, como
A beleza do luar na eterna aurora do Mundo!!

“Mestre não é quem sempre ensina,
mas quem de repente aprende”

SEI E NÃO SEI (...)”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 56.
Xiko Mendes

Os homens que se prezam pelo SABER só tem uma arma:
A Inteligência por meio da qual produzem e
Manifestam o seu próprio SABER!
Com ela, podemos nos transformar em
Pessoas Alegres para uns e em Cretinos para outros;
(Por que), (?).
A Sabedoria (é dialética e) está para a Loucura assim como
Só existem Gênios onde há pelo menos um Idiota.
Só existem mestres como ídolos do teatro onde
Cada discípulo, seduzido pelo poder das
Virtudes do SÁBIO, é incapaz de ver os defeitos dele
E de superá-los com Amor, Ciência e Arte!
(Por isto), se não podemos ser o Espelho do Mundo, que
Sejamos, pois, capazes de fazermos Exames de Consciência.
Retocarmos nossa Imagem desfigurada pelos Erros e,
A partir daí, quem sabe, possamos projetar
Uma Nova Imagem do nosso próprio Mundo Interior no
Espelho da Vida?!?!
A História é Metamorfose, um pesadelo para quem teme
Conhecer o Passado por medo dos erros cometidos.
Mas ela sempre será um belo Sonho para quem quer
Fazer no Presente uma Sociedade bem melhor no Futuro!
O Silêncio é o Grito da Omissão que ficou preso
Na garganta pela falta de humildade ou
Por excesso de covardia no Diálogo com a Vida, com Você e
Com o Mundo dos Outros.
Este deve ser o nosso maior Compromisso com
Os DISCÍPULOS DA LIBERDADE: o de não sermos
Escravizados pela Arrogância da Sabadoria ou
Pela Incapacidade de Autocrítica.
Escravo não é somente aquele que perdeu o Domínio
Sobre a sua própria Vontade;
Mas todos aqueles que, mesmo num país livre,
Não têm Consciência sobre a Dimensão da sua Liberdade!
Quem não consegue aceitar críticas ou
Avaliar o seu próprio Desempenho com honestidade,
Nunca passará de um Hipócrita disfarçado de Mestre!
Aos que sempre acreditam em tudo que disse e fiz;
Aos que sempre se convenceram do que sou;
Deixarei como Testamento apenas uma Pergunta:
Por que me admiram como SÁBIO?
Sou um Ignorante Socrático, um Interlocutor Irônico
Sem Itinerário preconcebido no
Universo Infinito do Conhecimento!
Não sou o seu Caminho! Não sou a sua Verdade!
Sou a Razão Negativa do Sim e a Razão Afirmativa do Não!
Elas são a Síntese do EU perdido fora de Mim!
Abra os seus próprios caminhos
Entre as Aspas e Interrogações (?)!
Abra os teus Olhos Sensíveis e Curiosos
Sem as Lentes Admiráveis do teu Mestre!
Exponha e veja a Nudez Hilariante da Tua Ignorância!
Descubra, Você mesmo, as Metalinguagens da Verdade!
Não seja escravo das Certezas sem Questionamentos!
Não se sinta no Pedestal com direito a Mausoléu!
Não se julgue Infalível ou Insubstituível!
Nunca faça do SABER adquirido na sua vida
A Palmatória do Mundo!
NÃO SOU UM SÁBIO NEM ALIENÍGENA.
Moro na Rua Incógnita na Quadra do Paradoxo,
Numero sem Paradigma!
Vivo sempre na Encruzilhada.
SOU UM SER E UM NADA:
SOU GENTE COMO VOCÊ!!!





Quando Sentir Minha Ausência...

VI TUDO INDECISO DE MIM, estarrecido (...)”.
ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 501.

Xiko Mendes

Gostaria que VOCÊ, no meu Suspiro Final,
Não chorasse, mas pensasse nas Crianças.
Dispenso comoção. Eu prefiro um Recital!
Acredite na Felicidade! Tenha Esperança!

Gostaria que nessa Hora da Minha Partida,
VOCÊ cantasse Hinos de Louvor à Humanidade,
Declamasse poemas de Amor à Paz e à Vida.
Lembre de Mim só pelo que faço de Bondade.

Olhe para as Estrelas. Olhe! Contemple os Céus!
Por favor! Não se entristeça diante do AMIGO!
Fique tranqüilo. Aceite agora meu Último a-Deus!

Olhe de novo!Grave a fisionomia do meu Rosto.
Gostaria que VOCÊ não contrariasse meu Pedido:
Esta é a Despedida que quero. Faça o meu gosto!

Devaneios de um Papai-coruja

EU SOU É EU MESMO. Diverjo de todo mundo... Eu quase que NADA NÃO SEI. Mas DESCONFIO de muita coisa (...)”.
Trecho da fala de Riobaldo Tatarana se apresentando aos leitores como narrador-personagem; In: Rosa, Guimarães. Grande Sertão: Veredas, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 8.
Xiko Mendes
Em Você projetei o Meu Mundo;
Depositei toda a minha Esperança
De construir um Futuro fecundo
Com Fé e tua alegria de Criança!

Com Você quero que a Felicidade
Não morra nunca dentro de mim
Porque Você é mais que a Verdade:
É o Anjo preferido entre os querubins!

Em Você está o meu encantamento
Com tudo o que é simplesmente belo:
A Vida, a Humildade, cada momento...
Em que fazemos do Amor o grande elo.

Com Você vou construindo Sonhos,
Transformando Utopia em Realidade;
E, assim, vivendo feliz, te transponho
Para a dimensão plena da Liberdade!

Em Você surpreende-me a Inocência
De ver tudo como uma nova descoberta.
Quem sabe, assim, com essa consciência
Não aprendemos a amar como os poetas?

Com Você quero reinterpretar o Mundo
Depositando essa – a minha Esperança!
Na sua capacidade de tornarem fecundos
Meus Devaneios de quando era Criança!

O Menino Sonhador do Castelo de Mérmam

O senhor concedendo, eu digo: para pensar longe, sou cão mestre – O SENHOR SOLTE EM MINHA FRENTE UMA IDÉIA LIGEIRA, e EU RASTREIO ESSA POR FUNDO de todos os matos, amém!”.

Trecho da fala de Riobaldo Tatarana se apresentando aos leitores como narrador-personagem; In: Rosa, Guimarães. Grande Sertão: Veredas, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 8.
 
Xiko Mendes
Rei absoluto do meu castelo encantado;
Orgulho eterno e meu sonho-maravilha;
Dádiva de Deus com futuro idealizado
Representando a minha expectativa
Internalizada de ver com ele realizados
Grandes projetos em sua longa vida!
Orgulhoso de você eu quero estar sempre
Manifestando, dia e noite, minha felicidade;
A certeza de que lutarei constantemente
Realiza-me, me dá força e a vontade
Infinita de ver nele – uma criança inocente,
O Homem íntegro que mostra sinceridade!
A você, Rei do meu Castelo de Sonhos,
Rei de um mundo onde reine a Liberdade,
A Paz e onde você – meu Menino Risonho,
Utilize bem as virtudes com e verdade:
Juro! Juro que de ti nunca me envergonho
Olhando teu jeito de agir com sinceridade!
Mais que um filho, desejo que seja sincero,
Educado, honesto, ético, feliz, trabalhador!
Nada, nada neste mundo eu mais quero
Desejar-lhe, além do meu próprio amor;
Este amor de um pai que “constrói” castelo
Só para idealizar um Menino Sonhador!