Palavra é Poder (segunda parte do poema).
(Homenagem à escritora Cecília
Meirelles)
Xiko Mendes
Eu
canto porque a musa insiste
E
a Verdade está incompleta.
E
diante do Povo que resiste
Eu
falo, escrevo, viro até poeta.
Eu
canto pra alegrar essa gente
Cheia
de sonhos, e marginalizada;
O
zé ninguém sem voz e que sente
O
desprezo de elites endinheiradas.
Canto
o homem anônimo da rua,
O
sem terra que virou bóia-fria;
A
realidade que pulsa, nua e crua,
E
me incomoda, revolta, angustia.
Eu
canto pra essa gente sem palco,
Sem
dinheiro pra entrar no cinema;
Sem
ingresso pra ver arte no teatro.
Eu
canto porque a vida é um poema.
Eu
canto contra o político pilantra,
Que
rouba, mente e engana todos.
Minha
poesia protesta e arranca
A
máscara de quem é demagogo!
Canto
o meu baú de lembranças
Como
prisioneiro de saudades.
Canto
um mundo onde a esperança
Quer
transformar essa realidade.
Cantarei
sempre porque a vida é breve
E
a poesia para mim é eterna.
Assim
canto antes que a morte leve
Meus
versos fecundando a Terra.
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