COM A PALAVRA, O MENINO
DA CAPUAVA
“Espírito
de Minas, me visita,
e
sobre a confusão dessa cidade
onde
voz e buzina se confudem,
lança
teu claro raio ordenador”
(Carlos Drummond de Andrade – no
poema “Prece de Mineiro no Rio”).
Xiko Mendes
Ai que vontade eu tenho
De recuperar reminiscências perdidas
Na minha bucólica infância vivida
No meio dos verdes campos GERAIS!
Que desejo,
que tristeza, que dores
De nunca
poder reencontrar
AS
PAISAGENS DAQUELE LUGAR
Intactas
com árvores e animais!
Como é belo recordar
Daquilo que é a nossa essência:
Lembrar do
início da nossa existência
Como um
tempo que anda sem pressa.
Tudo parece mais belo:
A Cidade – multidão em silêncio!
A Vida – feliz como eu penso!
A Imaginação – música que não estressa!
Ai que
saudade da minha infância!
Quanto era feliz e não sabia!
Ai que doce e eterna lembrança
Daquele Tempo-Maravilha!
Ao invés do stress de agora,
Preferiria a rotina de outrora
Na alvorada daquele bairro pobre,
Vítima da
política ignóbil
Que
despreza a Gente da Periferia!
Lá vivia perdido no anonimato
Longe da burocracia do Estado.
Ninguém se preocupava com meus atos
E se os impostos estavam ou não pagos.
Hoje vivo
na CIDADE GRANDE
Com saudade
daquele BAIRRO DISTANTE
ONDE PASSEI
TODA A MINHA INFÂNCIA;
Mas dele trago a lembrança
Como um PARAÍSO no meio do Cerrado!
Ai que
vontade eu tenho
De ainda
viver nesse lugar FORMOSO!
De estar junto daquele POVO
Interiorano, que é bom demais!
Que desejo, que tristeza, que dores
Se antes de
morrer não morar
Numa RUA
daquele LUGAR
Onde VIVI
UMA INFÂNCIA DE PAZ!
(Esta poesia é uma PARÓDIA de alguns trechos do famoso poema
“MEUS OITO ANOS”, de CASSIMIRO DE ABREU, 1839-1860 – poeta romântico do século
XIX).
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