URUCUIA
Guimarães Rosa*
“O URUCUIA vem dos montões oestes. (...).
O GERAIS corre em volta.
Esses Gerais são sem tamanho.(...)”.
“(...). Mas, quadrando que primeiro,
mais para o norte:
o Chapadão do URUCUIA (...)”.
“(...). O meu URUCUIA vem,
claro, entre escuros.
Vem cair no São Francisco, rio capital”.
“(...). Ah, o meu URUCUIA,
as águas dele são claras certas (...)”.
“(...). O URUCUIA é um rio, o rio das montanhas”.
“(...). URUCUIA – lá onde
houve matas sem sol nem piedade”.
“Confusa é a vida da gente;
como esse rio meu URUCUIA vai se levar no mar”.
“(...). Pelos modos, pelas roupas,
aqueles eram gente do Alto URUCUIA.
Catrumanos dos Gerais.
Pobres, mas atravessados de armas,
e com cheias cartucheiras”.
“(...). Viemos pelo URUCUIA.
Meu rio de amor é o URUCUIA.
O chapadão – onde tanto boi berra.
Daí, os GERAIS, com o capim verdeado.
Ali é que vaqueiro brama,
com suas boiadas espatifadas.
... o tempo-das-águas de chegada,
trovoada trovoando.
Vaqueiros todos vaquejando.
O gado esbravaçava (...)”.
“O URUCUIA não é o meio do Mundo?”.
*Texto adaptado livremente para a forma prosopoética, mas sem mexer na estrutura narrativa do autor. In: ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 1, 394, 271, 267, 383, 471, 164, 73, 59, 428.
OBS.: Esse texto foi selecionado pelo historiador roseano XIKO MENDES.
Guimarães Rosa*
“O URUCUIA vem dos montões oestes. (...).
O GERAIS corre em volta.
Esses Gerais são sem tamanho.(...)”.
“(...). Mas, quadrando que primeiro,
mais para o norte:
o Chapadão do URUCUIA (...)”.
“(...). O meu URUCUIA vem,
claro, entre escuros.
Vem cair no São Francisco, rio capital”.
“(...). Ah, o meu URUCUIA,
as águas dele são claras certas (...)”.
“(...). O URUCUIA é um rio, o rio das montanhas”.
“(...). URUCUIA – lá onde
houve matas sem sol nem piedade”.
“Confusa é a vida da gente;
como esse rio meu URUCUIA vai se levar no mar”.
“(...). Pelos modos, pelas roupas,
aqueles eram gente do Alto URUCUIA.
Catrumanos dos Gerais.
Pobres, mas atravessados de armas,
e com cheias cartucheiras”.
“(...). Viemos pelo URUCUIA.
Meu rio de amor é o URUCUIA.
O chapadão – onde tanto boi berra.
Daí, os GERAIS, com o capim verdeado.
Ali é que vaqueiro brama,
com suas boiadas espatifadas.
... o tempo-das-águas de chegada,
trovoada trovoando.
Vaqueiros todos vaquejando.
O gado esbravaçava (...)”.
“O URUCUIA não é o meio do Mundo?”.
*Texto adaptado livremente para a forma prosopoética, mas sem mexer na estrutura narrativa do autor. In: ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 1, 394, 271, 267, 383, 471, 164, 73, 59, 428.
OBS.: Esse texto foi selecionado pelo historiador roseano XIKO MENDES.
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