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26/11/2012

URUCUIA nas palavras de GUIMARÃES ROSA.

URUCUIA


                                                         Guimarães Rosa*

“O URUCUIA vem dos montões oestes. (...).

O GERAIS corre em volta.

Esses Gerais são sem tamanho.(...)”.

“(...). Mas, quadrando que primeiro,

mais para o norte:

o Chapadão do URUCUIA (...)”.

“(...). O meu URUCUIA vem,

claro, entre escuros.

Vem cair no São Francisco, rio capital”.

“(...). Ah, o meu URUCUIA,

as águas dele são claras certas (...)”.

“(...). O URUCUIA é um rio, o rio das montanhas”.

“(...). URUCUIA – lá onde

houve matas sem sol nem piedade”.

“Confusa é a vida da gente;

como esse rio meu URUCUIA vai se levar no mar”.

“(...). Pelos modos, pelas roupas,

aqueles eram gente do Alto URUCUIA.

Catrumanos dos Gerais.

Pobres, mas atravessados de armas,

e com cheias cartucheiras”.

“(...). Viemos pelo URUCUIA.

Meu rio de amor é o URUCUIA.

O chapadão – onde tanto boi berra.

Daí, os GERAIS, com o capim verdeado.

Ali é que vaqueiro brama,

com suas boiadas espatifadas.

... o tempo-das-águas de chegada,

trovoada trovoando.

Vaqueiros todos vaquejando.

O gado esbravaçava (...)”.

“O URUCUIA não é o meio do Mundo?”.



*Texto adaptado livremente para a forma prosopoética, mas sem mexer na estrutura narrativa do autor. In: ROSA, Guimarães; GRANDE SERTÃO: VEREDAS, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988, p. 1, 394, 271, 267, 383, 471, 164, 73, 59, 428.

OBS.: Esse texto foi selecionado pelo historiador roseano XIKO MENDES.

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