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25/04/2013

XIKO MENDES (POESIA).


A Arte de se enganar com Políticos

(Xiko Mendes)

Se você quer se enganar com algum político,
Preste bem atenção: ainda que ele não te conheça,
Ele finge que é seu amigo há muito tempo;
Entra na sua casa e te dá um abraço traiçoeiro,
Mas como se fosse o seu melhor amigo.
Ele esbanja “humildade e abnegação”
Como se fosse o maior dos samaritanos;
Ele beija os seus filhos, a esposa ou o marido,
Como se fosse parte de sua família;
Ele invade o seu lar com a certeza de que
Você aceitará ser enganado.
Ele abre um falso sorriso largo no rosto
Para esconder e mascarar quanto é dissimulado;
Ele te mete a faca nas costas, mas com diplomacia,
Como se estivesse te convidando para
Um banquete com os deuses da Demagogia no Palco;
Ele se “com-promete” em realizar seus sonhos;
Ele promete destruir todas as suas angústias;
Ele se propõe a ser a Panaceia do Mundo;
Mas o que ele quer mesmo de você é o voto;
Mais nada. Você não é nada para ele.
Você é apenas o voto que tem.
Você, eleitor, é apenas um papel higiênico,
Um objeto descartável cuja utilidade se esgota
Após o resultado das eleições com o fechamento das urnas.
Eleito, empossado e entronizado na “Tribuna da Vaidade”,
Onde os medíocres e mequetrefes se julgam
Os mais importantes dos seres humanos,
Aí tudo muda: aquele político “bom samaritano”,
Mostra de fato quem verdadeiramente ele é:
Vaidoso, mentiroso, tirânico, farsante,
E sempre, sempre muito mascarado.
Ele foge da verdade como o diabo foge da cruz;
Eis a cartilha da arte de se enganar com políticos!
Portanto, não se deixe enganar por várias vezes,
Pois as estratégias são sempre as mesmas
Em todas as eleições quando a busca por votos
Transformam os políticos em porta-vozes da Esperança.
Eu já cansei de me decepcionar com políticos.
Agora decidi cruzar os braços, “me fingir de morto”
Para depois, muito tempo depois,
Dar a minha resposta em silêncio,
Sem que eles percebam,
Pois não existe coisa pior para um político
Do que ele ser ignorado pelo eleitor quando
Ele está em busca do voto e você vira
O centro das atenções e não vota nele.
Essa, então, é a hora de você ser o protagonista;
É a hora de você dar o troco e devolver a ele
Tudo o que fez de ruim ao longo do mandato.
Essa é a vingança cívica quando a
Sua Consciência de Cidadania
No Estado Democrático de Direito
Vira a única arma capaz de combater os Calhordas
Que se chafurdam no mar de lama do poder
E se envaidecem achando que nós, o Povo,
Somos a sarjeta do esgoto que eles constroem.
Só o voto, e somente com o seu voto (branco, nulo...),
Poderemos transformar o Mundo
E colocar na Lixeira da História
Essa gente sórdida, hipócrita, arrogante e prepotente,
Que se acha dona de nossas vontades e roubam
Nossos sonhos e esperanças.
E voltam na eleição seguinte com o mesmo discurso
De que são os Salvadores da Pátria.
Mas a Pátria somos nós: a Consciência Crítica
Que muda a Vida, nos devolve o Sonho e a Esperança.

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