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16/07/2013

FORMOSO-MG (POESIA DE XIKO MENDES).

Último Capítulo da LeXIKOpédia Baiangoneira

Xiko Mendes

I – Formoso aos 235 Anos (1778 – 2013)

Foi numa longa caminhada centenária
Que moldamos o Povo de Formoso,
Mas no caminho uma onda refratária
Bloqueou sonhos em busca do novo.

Foi revendo cada fato de nossa história
E analisando os seus acontecimentos,
Que percebi quanto a nossa trajetória
É marcada de retrocessos e lamentos.

Quanto tempo e oportunidades perdidas!
Quanta esperança que morreu ofegante!
Quantos de nós dedicaram as suas vidas
Por um Formoso que sumiu no horizonte!

Deus! Oh Deus! Não esqueça de Formoso!
Cuide dessa gente que é vítima de políticos!
Não deixe que o Futuro se destrua de novo,
Comprometendo o destino desse município.

II – Carta para lerem em minha Despedida como Historiador de Formoso de Minas

Nasci numa terra tão bela, única e inesquecível;
E desde criança passei a amá-la intensamente.
Por toda a vida lutei e fiz um esforço impossível
Para torná-la feliz e o seu povo mais consciente.

Aos doze anos decidi estudar a sua história
Para compreender melhor o nosso passado;
Escrevi livros para preservar a sua memória
Para que no futuro tudo fosse relembrado.

Percorri em minhas pesquisas toda a epopeia
De um povo humilde, mas de rostos felizes;
Narrei a biografia dos heróis dessa odisseia
E vi quanto certos fatos deixaram cicatrizes.

Por mais de trinta anos pesquisando tudo,
Encontrei histórias belas e outras trágicas;
Diante delas me fingi sempre como mudo
Escamoteando-as num passe de mágica.

Assim fui construindo a minha enciclopédia
De fatos relevantes sobre Formoso de Minas,
Mas hoje me decepciono e retomo as rédeas
Já que na vida há algo mais que me fascina.

E chegou a hora da minha lamentável partida!
Dou adeus à luta e a tantas pesquisas infindáveis;
E sei que cumpri a missão que atribuí na vida
Ao me propor em estudar fatos tão memoráveis.

Deixo às gerações que ainda viverão em Formoso
O meu legado cultural como um humilde patriota;
E com a certeza de que tudo fiz pelo nosso povo,
Despeço-me de vocês porque vou mudar de rota.

Decepcionado com a elite política do município
E chateado com a ingratidão de “companheiros”,
Despeço-me de Formoso com um sorriso triste
De quem chora sugando lágrimas no desespero.

Choro hoje e chorarei sempre nessa despedida,
Pois amo e amarei Formoso enquanto viver.
E nunca esquecerei que em toda a minha vida,
Formoso é minha utopia e essência do meu ser.

III – Região do Marco Trijunção ou BA.GO.Minas
(Fronteira entre Bahia, Goiás e Minas)

Esse foi meu último sonho em Formoso:
O de promover a integração dessa cidade
Com um projeto que fizesse de seu povo
O protagonista de sua própria felicidade.

Sonhei em unir Minas com Goiás e Bahia
Para juntos formarmos nova reintegração,
Pois somente se unindo é que se poderia
Trazer progresso rápido a essa população.

Tentei convencer os prefeitos e vereadores
Para que eles apoiassem de forma coletiva,
Unindo fronteiras dos três estados divisores
Para o desenvolvimento de novas iniciativas.

Mas a maioria das lideranças dessa Região
Mostrou-se apática ou com inveja do projeto
Que visava integrar cidades dessa Trijunção,
Mas que precisava desse apoio para dar certo.

Sem apoio e sem logística para a estruturação,
Desisti de sonhar em desenvolver a fronteira
Entre Bahia, Goiás e Minas, para que a nação
Pudesse promover a Consciência Baiangoneira.

IV – Vou-me embora de Formoso

Vou-me embora de Formoso!
E voltarei apenas para passear,
Pois lutei tanto por esse povo
Que agora deverei descansar.

Vou-me embora desse Formoso
Que tanto amo e amarei sempre.
E cansei de lutar por esse povo
Que ignora o esforço da gente.

Vou-me embora já desse Formoso
Cujos políticos têm inveja de mim!
E desses políticos eu tenho é nojo
Por serem de uma elite muito ruim.

Vou-me embora já desse Formoso!
E bem longe buscarei a felicidade.
Eu não me envolverei com esse povo
Nem batalharei mais por essa cidade.

Vou-me embora já desse Formoso!
Não peçam para que mude de ideia.
Não tive reconhecimento desse povo;

Por isso eu dou adeus a essa Patuleia.

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