Casa de Seu Vande
Xiko Mendes
Solitária e indefesa, ela resiste à demolição.
E parece suspensa no ar da Nossa Cidade.
Destroem telhado, mas ela não vai ao chão:
E se mantém firme contra tamanha maldade.
Em seu silêncio, ela evoca a nossa História,
Pois a Velha Casa é monumento importante.
Dentro dela uma lacuna de tempo e memória
Insiste em lembrar que ali viveu Seu Vande.
A Velha Casa, com a sua fachada colonial,
É lugar onde morou nosso primeiro prefeito.
E por muitas décadas foi um cartão postal
Que, de tão belo, ninguém colocava defeito.
Mas a Velha Casa de arquitetura imponente
Que, antes, já viveu seus Tempos de Glória,
Hoje “morre”, agonizante, e essa nossa Gente
Nada faz para preservar sua própria História.
Nessa Terra de homens que exercem Poder
Só para que eles próprios se tornem felizes,
A Cultura, a História..., eles querem esquecer
Para que se acredite apenas no que eles dizem.
E eles falam que são os novos donos da cidade.
E pedem para que você não olhe pro retrovisor.
Assim, nosso Passado de luta com dificuldades,
Morre. E somos substituídos pelo colonizador.
E aquele resto dessa Velha Casa tão importante
Simboliza a nossa covardia frente à demolição.
E nossa Proto-história dá lugar à do imigrante,
Que conquista espaço gravando sua saga no chão.
P.S.: Esse poema foi publicado no livro FORMOSO CONTA A HISTÓRIA DE SEUS IMIGRANTES, Autoria do escritor Xiko Mendes.
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