Padre Antônio Mendes Santiago – Fundador do Catolicismo no Noroeste de Minas
Xiko Mendes (historiador)
Antônio Mendes Santiago era português, nascido em Gandra, comarca de Penafiel. Em 1736 ele já estava sendo padre em São Romão, na igreja de Santo Antônio da Manga (norte de Minas, vale do rio São Francisco). Naquela região, padre Antônio Mendes se envolveu com a Conjuração do São Francisco, também conhecida como Motins do Sertão, revolta que teve como causa o aumento do imposto de capitação e a recusa do pagamento pelos fazendeiros e mineradores do Norte e Noroeste de Minas. Além do padre Antônio Mendes, outras pessoas como Maria da Cruz e seu marido Salvador de Oliveira, se inscreveram como os principais líderes dessa revolta contra o governo de Martinho de Mendonça. Vários dos conjurados foram punidos.
Anos depois, eram descobertas as minas de ouro de Paracatu-MG, cuja revelação ao governo português, ocorreu dia 24 de junho de 1744. Nesse ano, em março de 1744, padre Antônio Mendes se tornou comissário presbítero, ocupando o cargo de padre pároco da Paróquia de Santo Antônio, em Paracatu. Nesse cargo do qual foi o primeiro ocupante em solo paracatuense, padre Antônio Mendes Santiago “celebrizou-se” por ser mulherengo e sonegador de dízimos à Diocese de Olinda-Pernambuco, a qual essa paróquia era subordinada.
Em Paracatu, padre Antônio Mendes deixou diversos descendentes, que deram origem à família Mendes, no Noroeste do Estado (em Paracatu, Unaí, Formoso, etc).
Como revolucionário, Padre Antônio Mendes destacou-se como o Mentor Intelectual dos motins do sertão, antecipando-se, em seis décadas, a Inconfidência Mineira (1789-1792), revolta essa que também tinha na derrama (cobrança de impostos como o quinto), o motivo principal de sua de deflagração.
Padre Antônio Mendes Santiago, apesar dos defeitos acima mencionados, é considerando o FUNDADOR DO CATOLICISMO DO NOROESTE DE MINAS tendo em vista que foi o primeiro pároco da primeira paróquia dessa região mineira.
