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28/08/2011

PREFEITO DE FORMOSO aprova na Cãmara Municipal autorização para tomar empréstimo dois milhões (sem especificar o que fará com essa verba).

De quem é a Rádio Comunitária: É da Comunidade?

Na manhã de 16/8/11 o Povo de Formoso assistiu a um show de baixarias na Rádio Comunitária Formoso FM, em que os “atores” foram o Prefeito da cidade, Luizinho Silva, e dois dos vereadores que apóiam o governo dele: Ion Ornelas (PMDB) e Izak Santana (PPS). Ambos tentaram justificar o injustificável: o prefeito que já tem várias obras inacabadas, tem vários convênios federais que ele pegou o dinheiro e as obras não foram feitas, além de outras irregularidades, agora conseguiu na Câmara, com o voto de 6 vereadores, aprovar autorização para tomar emprestado 2 milhões de reais (SEM ESPECIFICAR O QUE FARÁ COM ESSA VERBA), cuja quitação começará em 2014 e só terminará em 2029 após mais cinco mandatos de prefeito. Pode isso? (Leia o resto dessa reportagem na Internet em www.unidosporumformosodiferente.blogspot.com).



A lei federal 9.612/98, que regula os serviços de radiodifusão comunitária no Brasil, garante a igualdade de direitos à Liberdade de Expressão entre pessoas com opiniões diferentes. A Rádio, ao entrevistar dois vereadores aliados do Prefeito, além do próprio, cometeu um grave ERRO, pois o certo seria ter entrevistado, juntos, quem é contra e quem é a favor desse empréstimo milionário. Rádio Comunitária tomar partido, ainda que “inconscientemente”, é uma experiência ruim que já prenuncia o que ocorrerá nas eleições municipais de 2012. O editor desse jornal, que sempre teve espaço livre nessa rádio onde já foi entrevistado por várias vezes (e não porque é um favor, mas um direito), implora ao Diretor Técnico dessa emissora, Jaudiney Justino, que ele abra espaço para quem tem opiniões diferentes daqueles que apóiam o Prefeito Luizinho Silva. Sugerimos que quem se sinta ofendido por opiniões nessa rádio possa, sem interferência de locutores ou terceiros, também veicular sua opinião nas ondas radiofônicas. Esse é o motivo pelo qual cedemos várias páginas desse Jornal para que o casal Joéton Ornelas e Regina Borges, externasse, sem censura prévia, as suas opiniões contra o empréstimo MILIONÁRIO sem fins claramente inscritos na lei recém-aprovada.


A ONG UNIFAM e o editor desse jornal, Escritor Xiko Mendes, posicionam-se pela DEFESA DA MANUTENÇÃO dessa rádio comunitária por entender que ela é um instrumento de democratização da informação em Formoso. Mas, se persistir sua eventual partidarização, nós não permitiremos de forma alguma que isso ocorra, sobretudo em 2012 quando o Povo decidirá em quem votará para Prefeito e Vereador. Está na hora de essa rádio instalar e registrar um Conselho Editorial democraticamente constituído por pessoas idôneas de Formoso para funcionar como órgão regulador de suas atividades, sobretudo aquelas ditas “jornalísticas”. A ONG UNIFAM, com a experiência de Xiko Mendes, coloca-se à disposição, sem ônus, para ajudar nessa reestruturação do sistema de comunicação radiofônica em Formoso. Conte conosco!
Somos colegas de Comunicação em Formoso. Por isso, queremos essa rádio em funcionamento, mas sem o amadorismo cometido.

XIKO MENDES


EDITOR






DISCURSO DE XIKO MENDES EM HOMENAGEM A DONA ANA durante Sessão Solene da Câmara Municipal de Formoso em 26/9/2005

Chegando aqui (...), comecei a fazer a matrícula das crianças (...), e no dia 16 de abril FIZ A INSTALAÇÃO DA ESCOLA SOB A MINHA REGÊNCIA. (...). Quando iniciei (...), não tinha mobília nem material para atender aos trabalhos escolares. Tinha que usar bancos e copiar as Lições em cadernos e lousas. Não tinha prédio para a Escola. Tive que usar a Sala de minha casa durante vinte cinco anos até quando foi construído o Prédio escolar em 1950. (...). Devido à falta de mobília e material, requeri os mesmos da Secretaria do Interior, sendo logo atendida. Naquela ocasião não havia meios de transporte nem meios de comunicação. Os materiais escolares e mobílias eram transportados de Belo Horizonte a Januária por via fluvial, e de Januária para aqui em carros de boi (...)”.
(Trechos do livro “Lembrança do Passado”, autoria da Profª Ana Pereira de Sousa, publicado por ela em 1º/6 de 1988).


“(...).
Nesta Solenidade Comemorativa ao Centenário de Nascimento da Professora e Vereadora Ana Pereira de Sousa, venho dirigir-me aos familiares de Dona ANA, aos amigos e eternos admiradores que aqui ela deixou, para saúda-los nesta muito oportuna homenagem que o Poder Legislativo {de Formoso} lhe presta ao seu dia de nascimento: 28 de setembro de 1905!



Para falar sobre Dona Ana, temos que falar de Formoso. Lugar isolado, perdido nos sertões, distante do futuro, escondido da Civilização, Formoso era, no começo do século XX, apenas um vilarejo paracatuense onde homens lutadores como o Coronel João Borges Carneiro ou Martinho Antônio Ornelas Júnior tentavam mudar o rumo dessa História heróica. Só que eles morreram; morreram todos antes de 1915.
A primeira escola pública de Formoso, criada pelo Estado em 1882, nunca tinha funcionado, nem sede tinha, muito menos professor pago pelo Governo. A Educação aqui era artigo de luxo. Só filho de fazendeiro – e apenas de alguns fazendeiros iluminados – que pagava professores particulares, tinha acesso ao conhecimento, à escola. Mas em 1923 o Distrito de Formoso – que estava sem professor na Vila desde 1912 – foi transferido para o município de São Romão. Aí tudo mudou! Seu Minervino Gomes Ornelas foi eleito e empossado em 1924 Vereador Distrital para a Câmara de São Romão.


Como sua primeira esposa – Dona Rosa – tinha uma sobrinha em Januária, recém-formada como Professora, Seu Minervino decidiu sugerir o nome dela para o Prefeito de São Romão, Major Saint Clair Fernandes Valadares. O pedido foi prontamente acatado! Dona Ana, com seus dezenove anos, veio para Formoso; despediu-se eternamente de sua Januária natal para fazer história onde o futuro precisava dela.
No dia 16 de abril de 1925 DONA ANA INICIOU SEUS TRABALHOS DE REGÊNCIA DE CLASSE COMO A PRIMEIRA PROFESSORA (funcionária) PÚBLICA DE FORMOSO – sendo esta a verdadeira data onde começa a História da Educação em Formoso. Dona Ana foi nomeada Professora dia 28 de outubro de 1924 por ato do Governador em exercício, Dr. Olegário Maciel, com base no Decreto Estadual 6.665 de 19/8/24. Lotada como Servidora Pública Estadual na Secretaria do Interior, obteve autorização para lecionar somente até a terceira série do Ensino Primário.


Daí em diante a Comunidade do Arraial do Formoso passou a contar, regularmente, com a sua ESCOLA PÚBLICA FUNCIONANDO sem interrupções. Mesmo quando o Governo atrasava pagamento ou o envio de material didático, que vinha em trem de ferro até Pirapora, dali em vapores pelo São Francisco até Januária e de lá em lombo de burro ou em carro de boi até Formoso, Dona Ana nunca interrompeu suas aulas. Sem um prédio para lecionar fez da própria casa uma escola; um carvão, uma lousa, qualquer material servia-lhe de “instrumento pedagógico” para que aquela heróica educadora ensinasse aos seus alunos o caminho para o conhecimento.


Como educadora, Dona Ana tornou-se aqui a PRIMEIRA LIDERANÇA EDUCACIONAL DE FORMOSO, razão pela qual, por sugestão nossa, é conferido a ela, nesta Solenidade, o título “pos-mortem” de PATRONESSE DO ENSINO MUNICIPAL. Mas Dona Ana não foi apenas uma professora, embora isto por si só já engrandeceria sua riquíssima biografia como fundadora da primeira escola de Formoso: a Escola Estadual Martinho Antônio Ornelas. Dona Ana foi uma educadora missionária! Fez de tudo na vida um sacerdócio. Renunciou à sua vida particular para servir à Comunidade de Formoso a vida inteira!


Como mãe, Dona Ana não teve o privilégio de ter filhos biológicos; mas dezenas de pessoas ou foram criadas ou por algum tempo foram enteadas do Casal Dona Ana e Seu Florípio (Alves Santana).


Como líderança religiosa, nomeada pelo Bispo de Paracatu e intelectual holandês, D. Eliseu van de Weijer, Dona Ana dirigiu com seu marido a Igreja Matriz católica Nossa Senhora da Abadia por 50 anos deixando o cargo só em 1980. Sempre dedicando-se à Família e à Religiosidade.


Como vereadora, Dona Ana foi eleita pelos colegas vereadores Secretária da Mesa Diretora deixando nos anais deste Plenário atas memoráveis e com redação admirável.


Como intelectual, Dona Ana escreveu o livro autobiográfico intitulado “Lembrança do Passado” publicado com recursos próprios em 1988 Neste pequeno livro, cujo conteúdo transcrevi para meu livro sobre Formoso, encontramos o relato emocionante de uma pioneira abnegada e determinada a construir, em Formoso, uma nova mentalidade. Com uma base intelectual invejável para aquele tempo de atraso, Dona Ana foi amiga pessoal de intelectuais e autoridades importantes como o já mencionado sacerdote holandês e o escritor januarense Manoel Ambrósio que enquanto foi Inspetor de Ensino, ao visitar o Distrito de Formoso, sempre hospedava-se na residência dela.


Educadora, escritora, mãe em tempo integral, líder religiosa, vereadora, Dona Ana foi tudo isto, mas principalmente foi a melhor amiga do Povo de Formoso. A prova disto são as dezenas de compadres, de comadres e afilhados que deixou aqui neste município – exemplo concreto do reconhecimento público e da consideração que Formoso tinha por ela.


Como Historiador desta Cidade, tive o privilégio de escrever uma centena de biografias sobre pessoas ilustres de Formoso, e por isto, posso dizer, sem medo de errar, que se tivesse de eleger as duas pessoas sem as quais Formoso não seria o que é hoje, com certeza, Dona Ana e Seu Abdias Magalhães Ornelas, seriam escolhidas como as Personalidades Formosenses do Século XX mais importantes! Ninguém em Formoso rivaliza com eles! São pessoas muito especiais porque tudo o que fizeram não visava tirar proveito próprio, mas, antes de tudo, para ajudar o Povo.


Parabéns, Vereador Antônio Pereira da Silva, autor da Resolução {nº: 82 de 13/9/2005}, que aprovou a realização desta SOLENIDADE COMEMORATIVA AO CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DA EDUCADORA ANA PEREIRA DE SOUSA! Que outras homenagens, de hoje em diante, possam ser feitas neste Plenário a pessoas que merecem porque lutam a vida inteira por uma causa: tornar Formoso melhor, tornar nosso povo mais consciente. Esta tem sido, modéstia à parte, a minha tarefa. Duas delas são: a luta pela implantação do Ensino da História do Município e de Educação Ambiental em nossas escolas, e a luta pela criação do museu CASA DE CULTURA DE FORMOSO-MG ANA PEREIRA DE SOUSA. Para isto deixei com o Governo do Município agora no início de agosto {de 2005} os projetos de lei já redigidos; basta enviá-los aos vereadores e transformá-los em Lei. Tenho certeza que ainda dentro destas comemorações do Centenário o Governo Luizinho colocará em prática este projeto do museu com o nome de Dona Ana. Será um ato de justiça e de reconhecimento público deste Governo com esta pioneira que nem sequer tem uma rua ou uma escola com o nome dela. Estamos aguardando!


Muito obrigado!

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