FORMOSO-MG: COMO SERÁ ESSA CIDADE NO FUTURO? Saiba aqui!

A FESTA DO SÉCULO!

Xiko Mendes*

Estamos no fim da madrugada de primeiro de março do ano 2063. Uma serenata, organizada pelo grupo artístico “Meninos Sonhadores por um Formoso Melhor”, cruza as ruas principais apresentando músicas em honra àquele belíssimo pôr do sol que desponta nos horizontes dos gerais próximos onde se encontram ainda intactas várias paisagens graças ao Programa de Conservação de Nascentes que a Prefeitura implantou em todo o Município a partir da década de 2030. Finalmente, a cidade acorda com o canto do galo caipira que anuncia o Centenário da Emancipação Política de Formoso-MG. A serenata termina com o grupo tocando músicas do sertão, depois Chopin, Mozart, Bach, Vila Lobos, Liszt...

Mais um verão amanhece na sua despedida anual para a entrada do outono no Cerrado. O povo, aos poucos, toma as ruas, todas com sinalização, vertical e horizontal, de trânsito. Carros, muitos carros, dezenas deles, iniciam o rotineiro movimento entre os bairros, todos asfaltados e iluminados. A festa começa com um buzinaço, depois há um desfile de carros-de-boi relembrando a saga de um povo pioneiro, que transportava sonhos sobre rodas em ritmo lento. Tropeiros e cavaleiros também chegam à Cidade depois de uma longa caminhada em mais uma Cavalgada Ecológica. As fanfarras das dezenas de escolas do Município saem pelas ruas em desfile cívico-patriótico. Todos de pé; é cantado o Hino Municipal no Plenário da Câmara de Vereadores – símbolo das liberdades democráticas, imagem emblemática da autonomia política e administrativa do Município, instalado um século antes, em 1963.

A Praça Felipe Tavares – que homenageia o fundador do Município e que aí viveu no século XIX – está toda enfeitada de frente pro jatobá centenário que ali é a testemunha silenciosa de histórias não documentadas. Nela está localizado o eco-museu CASA DE CULTURA DE FORMOSO. Na Praça da Matriz uma missa ecumênica, celebrada por padres, pastores e dirigentes espíritas, dá o tom dessa confraternização comemorativa aos cem anos do Município. Em seus sermões, os líderes religiosos pregam a paz e instigam o povo a prosseguir na luta por sua cidadania. Num palco armado em frente ao monumento a Nossa Senhora d’Abadia, na Rua JK, ainda no final da manhã, estudantes apresentam peças teatrais, cantam, recitam poesia, contam causos, relatam sobre o passado do Município... Atletas formosenses disputam campeonatos apoteóticos em diversas modalidades esportivas (futebol, basquete, vôlei...), lá no Estádio Municipal.

Turistas chegam de toda parte. Uns vêm de São Paulo, via BH, pela rodovia Buritis-Formoso, asfaltada há cinqüenta anos. Outros vêm do sul do país, via Brasília, usando a Estrada Formoso-Santa Maria, também asfaltada. Outros vêm do Nordeste pela Estrada que liga Formoso a Cocos cujo asfalto foi feito no mesmo itinerário por onde passava a Estrada Real Picada da Bahia, que existiu entre 1736-1959, e foi desativada. Na zona rural de Formoso, aqueles que por algum motivo não puderam vir à Festa, não tiram o olho da TV Trijunção – uma emissora sediada em Formoso e que transmite toda a Programação Oficial para o Município e para as cidades vizinhas de Minas, Goiás e Bahia. O jornal Tribuna de Debates Grande Sertão Veredas, também presente, faz ampla cobertura à passagem de tão gloriosa efeméride. Acompanhar tudo ao vivo, lá na zona rural, é mesmo um privilégio, que só com a luz elétrica, tornou-se possível. Aliás, a energia hoje está em todas as fazendas do Município. Indústrias não poluentes se espalham por todo o território formosense. O progresso é irreversível.

E com tanta gente reunida no palco, o tablado virou palanque para que cada um, do mais humilde ao mais rico ou letrado, possa discorrer sobre os cem anos de Formoso como cidade. É a festa do século! Nela há lugar para todos, inclusive para os sonhadores. Divirta-se porque ESSA UTOPIA É POSSÍVEL. É a “Caravana do Futuro”, que não deixa ninguém para trás, nem o próprio Passado.

(*) Fonte: www.xikomendes.blogspot.com, acesso em 15/8/06.