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27/01/2012

FORMOSO-MG (RELIGIÕES NO MUNICIPIO).

Religiosidade e Ecumenismo em FORMOSO-MG
 
                                         XIKO MENDES
            O Ecumenismo busca o convívio pacífico entre pessoas de diferentes credos; busca também promover a confraternização universal entre várias religiões visando evitar o fundamentalismo cuja face mais cruel é a intolerância e a discriminação. Ser ecumênico é ajudar a promover o respeito mútuo entre pessoas de convicções religiosas ou filosóficas distintas.
A Religiosidade é a capacidade que cada um tem de manifestar valores morais e espirituais na formação de sua personalidade e nas atitudes cotidianas. Ela se manifesta freqüentemente por meio da opção da pessoa por uma religião, mas há aqueles que têm crença em Deus sem pertencer a nenhuma igreja. Há outros que se declaram ateus.
O Brasil é uma república laica porque não permite a influência religiosa sobre as decisões políticas, mas garante o respeito à liberdade de culto e o direito constitucional de cada um ter ou não religião.  É obrigação sua e nossa, portanto, respeitar todas as religiões! A população de Formoso é majoritariamente seguidora do Cristianismo, que resultou do encontro entre o Catolicismo sertanejo bicentenário e a evangelização protestante vinda com as ondas migratórias entre as décadas de 1970/80.
        
Catolicismo
         A Igreja Católica Apostólica Romana fincou raízes em Formoso logo nos primeiros tempos da nossa História. Nas décadas de 1820/30 o Povoado de Formoso se iniciou a partir da doação de um terreno a Nossa Senhora d’Abadia, que virou a Padroeira do Município. Devido à proximidade com Goiás onde o culto a esta santa era muito comum desde a mineração (romaria do Muquém em Niquelândia, por exemplo), a tese mais provável é que daí veio essa tradição por que Formoso era ponto de passagem da Estrada Real Picada da Bahia (ligando as regiões Centro-Oeste e Nordeste desde 1736). Não se sabe quando surgiu a primeira capela, mas registros de apuração de eleições do século XIX em Formoso e documentos do início do século XX fazem referência à existência dela.
         Como Formoso era território paracatuense, sua capela ficou subordinada à Paróquia daquele município criada em 1755 e depois à Paróquia de Nossa Senhora da Pena de Buritis-MG, criada em 1805. Pertenceu à Diocese de Olinda-PE até 1854. Em seguida, passou para a jurisdição eclesiástica das dioceses mineiras de Diamantina, Uberaba, Montes Claros, Januária e Paracatu. Dentro do território municipal surgiram também a Igreja de São João, Padroeiro da Comunidade de Bela Lorena (1908) e de Santo Antônio, Padroeiro da Vila Goiaminas (1953). Duas datas são marcantes na organização eclesiástica católica em Formoso:
·        1º/3/1929: é criada a Prelazia Nullius de Paracatu sob administração de D. Eliseu van de Weijer, que nomeia o casal Florípio Alves Santana e Dona Ana Pereira de Sousa como responsável pela administração e liturgia na capela de N. S. d’Abadia no Distrito de Formoso (1930-1980). São sucedidos pelas Srªs. Edna e Ester Ornelas. E depois outros se juntaram ao grupo como o imigrante Etelvino Artifon.
·        23/11/1990: é criada a Paróquia Nossa Senhora d’Abadia pelo bispo D. Leonardo de Miranda Pereira. Desde então vários padres já fixaram residência no Município e quando ficou sem pároco a população recebeu visitas de padres de Buritis ou a diligente assistência de leigos de Formoso como Suêrdia Nogueira Vidal.

Protestantismo

Chama-se de evangélicas as igrejas cuja base doutrinária tem origem na Reforma Protestante iniciada entre 1517/1520 por Martinho Lutero na Catedral alemã de Witemberg. Ela rompeu com dogmas católicos.
Na década de 1950 o Distrito de Formoso recebeu os primeiros evangélicos (de que se tem notícia) que permaneceram por pouco tempo apenas dando aulas de catequese para algumas crianças da vila. Com a Emancipação em 1963, fixou residência no Município o evangélico Ricardo Jerônimo Barbosa (Ricardino) e a sua esposa, que se tornaram funcionários dos Poderes do Município. A primeira igreja evangélica de Formoso foi a Assembléia de Deus/Ministério Madureira (vinculada à Regional de Formosa-GO), fundada pelo Pastor Joaquim Pereira de Deus em 1980, embora desde 14/11/1977 já estivesse no Município fazendo seu trabalho missionário.
Ao longo dos anos 1990 intensificou a expansão de igrejas evangélicas no Município de Formoso: Adventista do Sétimo Dia, Assembléia de Deus/Ministério da Missão, Congregação Cristã do Brasil, Igreja de Cristo do Avivamento... Há também desde os anos 1980 a presença da igreja Testemunhas de Jeová. Até 2006 Formoso ainda não fora alvo da presença de igrejas neopentecostais, mas a tendência é multiplicar cada vez mais as denominações religiosas protestantes no Município, pois elas vêm tendo uma expansão constante.

Espiritismo

        
         Embora em toda a história da Humanidade haja registros de cultos com esta concepção, só no século XIX o Espiritismo teve sua base doutrinária sistematizada pelo francês Léon Hipollyte Denizard Rivail, vulgo Alan Kardec, e por outros como Andrew Jackson Davies, Camille Flamarion, Charles Richet e Frederick Myers.
Em Formoso foi fundado no início da década de 1970 o Centro Espírita Kardecista (CEK), que foi progressivamente extinto com o surgimento, em 1981, do Templo Espírita Kairã do Amanhecer. Mais conhecido como Vale do Amanhecer, ele é subordinado à Ordem Espiritualista Cristã (OEC) sediada em Brasília-DF desde 1964 e criada por Neiva Chaves Zelaya (Tia Neiva – como é chamada entre os adeptos desse culto).

Cemitério Nossa Senhora d’Abadia


         Localizado na Rua do Comércio, ele é contemporâneo ao surgimento da própria Cidade de Formoso no século XIX. Em 1910 o historiador paracatuense Olímpio Gonzaga já registrava a existência dele. Na primeira Administração do Prefeito Lourival Andrade Ornelas foi feita uma reforma com ampliação da área. Neste cemitério estão enterradas grandes personalidades do nosso Município como Martinho Antônio Ornelas (1808-1976), seu filho Martinho A. Ornelas Jr. (1839-1910), entre outros. Um cemitério bem conservado com lápides, epitáfios e jazigos bem feitos conta a história de um povo. Infelizmente, nosso cemitério não tem sido alvo do cuidado que os entes queridos de Formoso merecem.
         Além desse cemitério, que fica na parte antiga da Cidade, e do de Goiaminas, na zona rural cada comunidade organizava o seu antes da emancipação política (1963). Depois dela, foram desativados. Um deles é o cemitério de Bela Lorena, onde repousam pessoas que muito contribuíram com a vida política distrital de Formoso. Os cemitérios quando localizados em áreas de risco ambiental (perto de nascentes, em solo úmido ou arenoso, por exemplo) é uma fonte de contaminação do subsolo por meio do necrochorume, que é um líquido fétido resultante da decomposição dos cadáveres.
Mas há soluções. Construir cemitérios em solos com lençol freático profundo e com difícil ou lenta infiltração – o que exige estudos prévios de impacto ambiental na área em que ele será instalado – e conscientizar a população sobre a adoção da cremação, como opção para as pessoas que quiserem por livre e espontânea vontade assim decidir, são algumas dessas soluções com pouco ou nenhum risco à saúde e ao meio ambiente.

ESTE TEXTO foi extraído do livro ECO-HISTÓRIA LOCAL: FORMOSO EM SALA DE AULA, de XIKO MENDES, Unifam, 2007.

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