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31/01/2012

POEMA DE XIKO MENDES

Voz Dissonante

                                                         Escritor Xiko Mendes***



Se a maioria se manifesta a favor,
Há algo que merece contestação.
Unanimidade é coisa de ditador;
Calar-se é censurar a contradição.

Discordar deve ser direito natural
De quem ama e luta por liberdade.
Concordar nem sempre é o normal
Se há argumentos contra a verdade.

Viver é libertar-se do autoritarismo,
Inclusive do velho Culto à Certeza.
Viver é ver triunfar meu ceticismo
Na direção inversa à da correnteza.

Serei sempre uma Voz Dissonante
Contra os demagogos e mentirosos.
Unanimidade é coisa de ignorante
Que vibra com discursos falaciosos.

Se concordar com tudo é ignorância;
Divergir de tudo exige inteligência.
E quem protesta dá luz à esperança;
E quem se omite castra a consciência.

Serei sempre uma Voz Dissonante
Celebrando a dúvida como princípio.
Essa é a única certeza no horizonte:
Ter como virtude meu Livre-arbítrio.

Nem sempre concordo com a maioria,
Pois às vezes é bom ser voto vencido
Porque também é útil na Democracia
Rir-se na cara do vencedor arrependido.

Há momentos em que o nosso silêncio
Não é instrumento de falácia alienante:
É quando se diverge do falso consenso
Para traduzir a nossa Voz Dissonante.

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