Antônio Dó de Volta ao Grande Sertão Veredas
(Parte II: 1956-2006 – De Volta ao Grande Sertão Veredas!)
“O sertão não tem janelas nem portas. O sertão está em toda parte, o sertão é do tamanho do mundo, é o dentro da gente”. In: Rosa, Guimarães; Grande Sertão: Veredas, 33ª impressão, Rio, Nova Fronteira, 1988; págs.1, 60 e 270).
Homenagem ao Cinqüentenário de publicação do romance “Grande Sertão: Veredas”, editado em maio de 1956 pelo escritor João Guimarães Rosa – 1908/1967.
Prof. Xiko Mendes
Venho aqui falar de uma viagem
“Pelo sertão” de Guimarães Rosa;
Falar que a minha Mensagem
Lembra um Autor de boa prosa.
Foi pra um mundo povoado de bois
E entre cavaleiros e vaquejadas
Que em mil novecentos cinqüenta e dois
Ele fez sua longa jornada.
Queria ele vivenciar “os sertões”,
Mostrar ao leitor um Outro Mundo;
E foi assim que Guimarães
Fez enxergar o Brasil Profundo!
Um Mundo que o Homem “Civilizado”
Nem imagina bem o que seja,
Pois vive na Metrópole alienado
Da Realidade Sertaneja.
E para mostrar como era o sertão
Desconhecido pelo brasileiro
Fez-se acompanhado de Manuelzão
E um repórter da revista “O Cruzeiro”.
Na travessia de sua comitiva
Foi recolhendo lendas e certezas,
Que inspirariam a sua narrativa
Para o “Grande Sertão: Veredas”.
Esta história povoada de mistério
Tem o sertanejo como personagem
E começa no córrego do Batistério
Todo o relato de JAGUNÇAGEM.
É no Sertão Mineiro do Velho Chico
E na Bahia pelo seu Sudoeste
Onde se desenvolvem os conflitos
Até Goiás no seu lado Leste.
Várzea da Palma é ponto de partida;
Em Buritizeiro há o combate final;
No URUCUIA tem as vindas e idas
Dos jagunços e de Riobaldo.
Neste romance que tanto admiro
Há vários heróis bons e ruins
Tem Ricardão, Hermógenes, Joca Ramiro;
Tem “Judas” e Diadorim.
Tem mulher que vira homem;
Tem homem que vira diabo;
Tem diabo que muda de nome
E tem coronelismo pra todo lado.
Li o romance e faço o anúncio:
É na rua e no meio do redemoinho
Onde um exército de jagunços
Fica famoso como assassino!
Pra você, que é Gente da Cidade,
Que ainda não conhece o meu sertão,
Eu narro essa história que é verdade
E te convido pra ir à Região.
Venha ao “Grande Sertão Veredas”
Onde fica um Parque Nacional
Onde se protege a Natureza
E o Patrimônio Cultural.
Aqui o Brasil se orgulha
Do Sertão que ainda sobrevive
Entre o Carinhanha e o URUCUIA
O mundo é mais que livre:
É belo! É verde! É terra maravilhosa!
É lugar onde Guimarães Rosa
Construiu um enredo interativo
Misturando ficção e realidade,
Provando que é verdade
Quase tudo que está no livro!
Se “o sertão é o dentro da Gente”;
Se “o sertão está em toda parte”;
É por que vive dentro da mente
E dela não quero que se afaste;
É sem portas, sem janela: ENTRE!!
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